21/Oct/2024
A comercialização de trigo nas regiões produtoras do País segue em ritmo lento. Há discordância em relação a preços e, além disso, o mercado começa a ficar de olho na safra do Rio Grande do Sul, cuja colheita começou, já que houve importante quebra no Paraná. Os moinhos também têm recorrido, quando necessário, ao trigo importado. Mas só quando necessário, porque a indústria está estocada. Os preços, de maneira geral, estão estáveis. No Paraná, na região dos Campos Gerais, apenas lotes pontuais têm sido negociados no spot do trigo.
Os moinhos, relativamente abastecidos com trigo nacional e importado, indicam entre R$ 1.400,00 e R$ 1.450,00 por tonelada CIF, para entrega imediata e pagamento em 30 dias, mas os produtores indicam pelo menos R$ 1.550,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Com as chuvas, os preços do trigo chegaram a subir, oportunizando alguns negócios, mas depois o mercado travou. A comercialização também não engrena porque, como o inverno deste ano não foi tão intenso, os moinhos ainda dispõem de estoques de farinha.
Outro motivo de a indústria estar estocada é a aquisição de trigo importado, sobretudo do Paraguai. Mais um fator a travar acordos é que o vendedor que tem trigo de qualidade no silo, ao se deparar com problemas climáticos nas lavouras, também prefere aguardar e liberar lotes aos poucos. Houve seca no norte do Paraná, seca e geada no oeste e nos Campos Gerais, o trigo adiantou com o calor. A qualidade está boa, mas a produtividade, é baixa.
Além disso, o Estado deve ter uma quebra de pelo menos 40% na safra por causa de intempéries. Com esse cenário, os moinhos também estão atentos às safras do Rio Grande do Sul e da Argentina, que deve colher pelo menos 19 milhões de toneladas. Em relação ao trigo futuro, da safra 2025, não há indicação de preços. Na região oeste do Paraná, igualmente, a comercialização é lenta. Só acontece algum negócio quando há necessidade, ninguém fazendo estoque.
O mercado está parado. Os moinhos indicam R$ 1.350,00 por tonelada CIF, para entrega imediata e pagamento no fim do mês. Com o fim da colheita no Paraná, no último trimestre, não há muita referência. O produtor não sabe se vende e o moinho não sabe se compra. O mercado deve se movimentar mais com o fim da safra. No momento, os produtores indicam R$ 1.450,00 por tonelada, mas os compradores estão retraídos.
No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, o mercado spot está travado. Os vendedores indicam R$ 1.350,00 por tonelada CIF, para retirada em novembro e pagamento em janeiro, para trigo tipo pão, com PH mínimo de 78. Os moinhos, no entanto, indicam R$ 1.150,00 por tonelada. O mercado está muito lento. O produtor segue colhendo e aposta muito na qualidade do trigo. Por enquanto, os moinhos de outros Estados ainda não estão procurando o cereal do Rio Grande do Sul, o que deve acontecer à medida que a colheita avançar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.