09/Oct/2024
Segundo a Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, a safra de trigo 2023/2024 de São Paulo deve alcançar 360 mil toneladas, um recuo de 11% em relação às 405 mil toneladas colhidas na safra 2022/2023. A redução também se deu por questões climáticas. Este ano foi um ponto fora da curva, porque a produção vinha crescendo ano a ano. E o Estado tem tudo para continuar a crescer e chegar pelo menos 500 mil toneladas de trigo, o que ainda é pouco, pois São Paulo é grande importador do cereal. Neste momento, pelo menos 90% da safra de trigo do Estado já foi colhida.
Quanto à qualidade, a temperatura alta e o déficit hídrico se refletiram na qualidade do grão. Mas, ainda é cedo para avaliar a qualidade da safra como um todo, porque pouco produto tem chegado para análise. É preciso pelo menos mais um mês para avaliar essa qualidade. O Estado deverá complementar o abastecimento com importações, sobretudo da Argentina, cuja paridade de importação é mais compensadora do que internalizar trigo do Rio Grande do Sul ou do Paraná, por causa do ICMS. O consumo doméstico em São Paulo deve ficar este ano em 1,57 milhão de toneladas, sendo necessário importar 1,2 milhão de toneladas. O trigo do Rio Grande do Sul será considerar apenas quando a safra começar a entrar.
Sobre o cenário internacional, apesar de o mundo estar bem abastecido de trigo, há muitas incertezas. Há estoques elevados na mão de uma China que não dá para contar, nem positivamente, nem negativamente. Além de Rússia e Ucrânia, outros dois grandes produtores, estarem em guerra, e os preços internacionais do trigo têm oscilado bastante por causa desse cenário. A boa notícia é que se espera uma safra plena na Argentina. Desta forma, e diante de incertezas climáticas, o cenário de preços de trigo deve ter bastante volatilidade nos próximos seis meses. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.