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08/Oct/2024

Preços do trigo são pressionados pela fraca demanda

Os preços do trigo estão registrando quedas expressivas no Rio Grande do Sul neste começo de outubro. Além do avanço da colheita, a pressão sobre os valores vem da fraca demanda. Muitos moinhos indicam estar bem abastecidos e, por isso, acabam se mantendo afastados das compras no spot. Do lado vendedor, alguns produtores até cedem nas cotações, mas apenas para negócios pontuais. O abastecimento de moinhos do Rio Grande do Sul, por sua vez, está atrelado às importações, sobretudo de cereal da Argentina e do Uruguai. Em setembro, chegaram ao Rio Grande do Sul 48,82 mil de toneladas de trigo, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No Brasil, de modo geral, as importações seguem aquecidas.

Em setembro, as compras externas de trigo somaram 592,13 mil de toneladas, o maior volume para o mês desde 2016. No último mês, 47,2% do volume de trigo importado veio da Argentina; 18,5%, da Rússia; 17,6%, do Paraguai; 6,5%, do Uruguai; 5,6%, dos Estados Unidos; e 4,6%, do Canadá. O preço médio FOB das importações em setembro foi de US$ 251,90 por tonelada, sendo 9,5% menor que o de setembro/2023 (US$ 278,19 por tonelada). Na parcial de 2024 (de janeiro a setembro/2024), as importações de trigo somam 5,148 milhões de toneladas, 23% maiores que as de todo o ano de 2023. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), há queda de 2,16% no Rio Grande do Sul, mas altas de 0,62% em Santa Catarina e de 0,25% no Paraná.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), as baixas são de 3,6% no Rio Grande do Sul, e de 0,91% no Paraná, e as altas são de 0,04% em Santa Catarina e de 0,39% em São Paulo. Expectativas de baixa produtividade em áreas de São Paulo têm dado sustentação aos preços. No Rio Grande do Sul, segundo dados da Emater-RS, apesar das intensas chuvas recentes, marcadas por ventos fortes e ocorrência de granizo em algumas cidades, os desenvolvimentos das lavouras de trigo são considerados muito bons, e a produtividade deve ser manter dentro da estimada para o Estado. Além disso, o início da colheita está próximo, e, para as lavouras de semeadura precoce, os produtores finalizam o preparo das máquinas para o início da colheita. Até o dia 3 de outubro, a cultura contava com 15% já em fase de maturação; 46%, em enchimento de grãos; 29%, em floração; e 10%, em desenvolvimento vegetativo.

No Paraná, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita segue avançando. Até o dia 30 de setembro, 62% já foi colhido. As atividades chegaram em áreas que foram afetadas por geadas, e a produtividade está menor e o PH, abaixo do padrão. Das lavouras implantadas, 40% estão em boas condições; 39%, em médias; e, 21%, ruins. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados dia 30 de setembro, 30,9% do trigo brasileiro já foi colhido, com as atividades avançadas no Paraná, São Paulo e Bahia. Especificamente em São Paulo, a colheita chegou a 65%. Apesar da redução da produtividade do trigo em São Paulo, a qualidade do cereal colhido é boa. Na Bahia, a colheita avançou para 85%, obtendo boa produtividade.

Os preços internacionais estão em alta neste começo de outubro, impulsionados por preocupações com o tempo seco nas áreas de cultivo na Rússia. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Dezembro/2024) do trigo Soft Red Winter registra valorização de 1,7%, a US$ 5,89 por bushel (US$ 216,70 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem alta de 3,7%, a US$ 5,98 por bushel (US$ 219,73 por tonelada). Segundo dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no dia 30 de setembro, a colheita do trigo primavera foi encerrada, e o cereal de inverno está sendo semeado, representando 39% da área estimada, 3% acima do mesmo período de 2023 e 1% da média dos últimos cinco anos. Na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria apresentam avanço de 1,2% nos últimos sete dias, a US$ 249,00 por tonelada. A média mensal está em US$ 258,00 por tonelada, 4,15% abaixo da média de setembro/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.