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30/Sep/2024

Preços do trigo estáveis com baixa liquidez no spot

As atenções do mercado de trigo se voltam ao cereal ainda em desenvolvimento nas lavouras. O otimismo em relação à nova safra deu lugar à preocupação com a reta final da evolução do cultivo. Na temporada passada, justamente nesse período, houve uma frustração da safra tanto em quantidade quanto em volume com fortes chuvas no Rio Grande do Sul e no Paraná. O cenário parece se repetir com a consolidação da quebra da safra no Paraná e perdas que ainda serão calculadas no Rio Grande do Sul. No Rio Grande do Sul, o receio deve-se a chuvas intensas e ininterruptas, com formação de tempestades e ventos em algumas regiões, registradas na semana passada no Estado. As chuvas acima de 100 milímetros por dia acompanhadas de ventos aumentam o risco de acamamento das lavouras, além do maior potencial de ocorrência de doenças fúngicas e das perdas na produtividade. O Estado ainda não iniciou a colheita da safra, com 4% das lavouras em maturação, 42% em enchimento de grãos, 38% em floração e 16% em desenvolvimento vegetativo.

A Emater-RS afirmou que a situação climática é menos favorável para o progresso das lavouras de trigo na Campanha e no extremo sul do Estado em virtude da recorrência de chuvas. As chuvas têm gerado dificuldades no manejo cultural, resultando em adiamentos ou até suspensão de operações, incluindo adubações e pulverizações. No Planalto Médio, a incidência de ventos fortes provocou o acamamento em algumas lavouras, mas houve uma recuperação quase total dos danos observados. Na região norte do Estado, o desempenho da cultura é superior com condições climáticas mais propícias. A produtividade no Estado é prevista em 3,1 toneladas por hectare em área de 1,313 milhão de hectares. O Paraná, por sua vez, já tem 32% de quebra de safra consolidada, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). No caso do trigo do Paraná, diferentemente do Rio Grande do Sul, as perdas decorrem da seca severa que afetou o Estado e de geadas. A colheita já alcança metade da área semeada no Estado, com previsão de produção de 2,58 milhões de toneladas.

Em termos de volume, são 1,2 milhão de toneladas a menos que os potenciais 3,8 milhões estimados inicialmente. Mesmo considerando os preços anteriores aos primeiros registros de problemas na safra, em meados de junho, um montante próximo a R$ 1,3 bilhão pode deixar de chegar aos produtores do Paraná. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) destacou, em boletim de monitoramento da safra, que as chuvas registradas nas primeiras semanas de setembro não minimizaram os efeitos da estiagem associados às altas temperaturas em algumas lavouras de trigo em fase de enchimento de grãos no oeste e norte do Paraná. Em meio às incertezas com a safra nova, o mercado de trigo segue praticamente travado nas principais regiões produtoras, com o clima adverso afastando compradores e vendedores. No Paraná, onde a colheita chegou à metade, os moinhos têm optado pelo trigo do Paraguai, que apresenta preços mais competitivos e qualidade superior. Na região de Guarapuava, os compradores indicam R$ 1.450,00 por tonelada CIF, para trigo com PH 78, mas não despertam interesse dos vendedores.

Na região de Ponta Grossa, a indústria moageira indica R$ 1.350,00 por tonelada CIF moinho, enquanto os vendedores mantêm a indicação entre R$ 1.550,00 e R$ 1.600,00 por tonelada FOB. Os moinhos estão importando ou trazendo safra velha do Rio Grande do Sul. A quebra na safra do Paraná deixa o vendedor na defensiva, aguardando ofertas que considera mais atraentes. No Rio Grande do Sul, o cenário também é de lentidão. Na região de Passo Fundo, o produtor conta com pouco trigo de qualidade e espera o início da colheita da safra nova. O mercado está parado há semanas. Os preços do trigo tipo pão permanecem em R$ 1.420,00 por tonelada FOB, para retirada e pagamento em 30 dias, o mesmo patamar da semana passada. Apesar disso, o produtor, mesmo com safra velha, busca R$ 1.500,00 por tonelada FOB. Ainda levará mais uns 40 dias para que a nova safra comece a entrar de forma mais consistente. As primeiras indicações de preços para a safra nova ainda não foram divulgadas no Estado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.