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24/Sep/2024

Preços do trigo pressionados pela entrada da safra

Enquanto a colheita de trigo vem avançando no Brasil e, consequentemente, lotes da nova safra começam a ser ofertados no spot nacional, o cereal importado também tem sido disponibilizado no mercado. Vale lembrar que as importações foram expressivas em meses anteriores. Diante disso, observa-se forte disparidade entre os valores pedidos por vendedores e os ofertados por compradores, além de variações distintas entre as regiões. As entradas e saídas de agentes das negociações reforçam esse cenário. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pagos ao produtor) os valores registram alta de 2,4% em Santa Catarina, ao passo que, no Rio Grande do Sul e no Paraná, permanecem praticamente estáveis. No mercado de lotes (negociações entre empresas), são verificadas quedas, de 2,4% no Paraná, de 1% em Santa Catarina, de 0,62% em São Paulo e de 0,59% no Rio Grande do Sul.

A queda do dólar frente ao Real pressiona a paridade de importação e contribui para baixas das commodities no mercado interno. Os agentes de mercado seguem com as atenções voltadas ao campo. A retomada das chuvas na Região Sul do País, ao mesmo tempo que favorece o desenvolvimento vegetativo, pode atrapalhar a fase final de parte das lavouras. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), até o dia 16 de setembro, 34% da área do Paraná havia sido colhida. Das lavouras ainda no campo, 53% estão em maturação; 34%, em frutificação; 10%, em floração; e 3%, em desenvolvimento vegetativo. Além disso, 32% das lavouras estão em boas condições; 38%, em médias; e 30%, em condições ruins.

No Rio Grande do Sul, de acordo com a Emater-RS, as chuvas recentes beneficiaram o solo, visto que boa parte das lavouras está em estágio reprodutivo, tendo maior necessidade de umidade. Os dados apontam que 1% das lavouras estão em maturação; 28%, em enchimento de grãos; 40%, em floração; e 31%, em desenvolvimento vegetativo. Esses estágios implicam em uma colheita mais tardia que a observada em 2023 e em relação à média de cinco anos. Para Santa Catarina, a Epagri/Cepa indica que, até a última semana de agosto, 95% das plantas estavam em boas condições. Bons volumes hídricos no Estado e o clima estável têm favorecido as lavouras, sendo que 80% estão em desenvolvimento vegetativo e 20%, em fase de floração.

No Cerrado brasileiro, a colheita do trigo está em fase avançada. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 16 de setembro, as atividades já se encerraram em Mato Grosso do Sul, foram praticamente finalizadas em Minas Gerais e somam 97% da área de Goiás. Em São Paulo, 25% da área foi colhida e as lavouras apresentam queda de rendimento, devido à seca e às altas temperaturas. Na Bahia, a colheita soma 20% da área, sendo favorecida pelo clima seco; a produtividade é considerada boa. As cotações externas do trigo estão em baixa, influenciadas pelas vendas fracas nos Estados Unidos e pela maior competitividade russa. As quedas são limitadas pela menor oferta europeia do cereal. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Dezembro/2024) do trigo Soft Red Winter registra recuo de 0,5% nos últimos sete dias, a US$ 5,68 por bushel (US$ 208,89 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta baixa de 2,5%, a US$ 5,64 por bushel (US$ 207,23 por tonelada). Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a colheita do trigo primavera no país somava 92% da área até dia 15 de setembro, praticamente em linha com o registrado em 2023 e dentro da média dos últimos cinco anos. A semeadura do trigo de inverno totaliza 14% da área prevista, também em linha com 2023 e com a média dos últimos cinco anos. Na Argentina, segundo relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, apesar dos baixos índices pluviométricos, 80% das lavouras estão em condições normais/excelentes. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB registram baixa de 1,9% nos últimos sete dias, a US$ 256,00 por tonelada. A média mensal está em US$ 260,53 por tonelada, sendo 3,28% abaixo da média de agosto/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.