23/Sep/2024

A movimentação de trigo no mercado físico segue escassa, com agentes aguardando maior volume da safra nacional e falta de acordo quanto a preço entre produtores e moinhos. Nos Campos Gerais (PR), as indicações no mercado de trigo se mantêm, no spot em R$ 1.440 por tonelada a 1.450 por tonelada CIF moinho, com entrega e pagamento imediatos. Para a safra nova, as propostas de compra seguem em R$ 1.350 por tonelada CIF moinho, com entrega e pagamento em outubro, ou R$ 1.300 por tonelada CIF, com entrega e pagamento em novembro. Rodam volumes pontuais, mas a maior parte dos produtores pede a partir de R$ 1.500 por tonelada. O cereal, que já é escasso na região, também deve ter quedas de produção e qualidade na nova temporada, devido à seca e geadas no sul e no oeste do Estado.

As safras de Minas Gerais, Goiás, São Paulo também devem ter quebras. Nesse cenário, moinhos paranaenses já estão importando trigo de outros países e internalizando do Rio Grande do Sul. Não é tipo 1, mas o trigo gaúcho chega mais barato, entre R$ 1.380 por tonelada e R$ 1.400 por tonelada. O momento do dólar desvalorizado ante o Real também contribui para ampliar as importações. O ritmo devagar do mercado também é visto na região de Guarapuava, no oeste do Estado. Os produtores pedem R$ 1.500 por tonelada CIF, para embarque em outubro e pagamento em novembro, do trigo tipo pão, com PH 78. No entanto, moinhos têm oferecido cerca de R$ 1.350 por tonelada nas mesmas condições, mostrando resistência em aceitar preços mais elevados em um cenário de maior oferta, especialmente no Paraguai e na Argentina.

Os compradores continuam importando trigo mais barato de outros países, especialmente do Paraguai. Além disso, alguns moinhos no Paraná têm optado por comprar trigo da safra velha do Rio Grande do Sul, pagando R$ 1.200 por tonelada FOB. No Rio Grande do Sul, a comercialização continua lenta. Os moinhos propõem de R$ 1.250 a R$ 1.300 por saca CIF com entrega em novembro, mas produtores pedem pelo menos R$ 1.500 por tonelada nas mesmas condições. Os compradores esperam as propostas diminuírem, enquanto vendedores não querem comprometer cereal novo nesse patamar de preço ofertado. A colheita da safra nova de trigo ainda não começou no Estado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.