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17/Sep/2024

Preços do trigo sustentados por restrições na oferta

Os valores do trigo em grão seguem apresentando pequenas oscilações no Brasil, ainda influenciados pelas condições de oferta e demanda regionais. De modo geral, as altas prevalecem, o que, por sua vez, está atrelado ao reduzido volume de cereal disponível no spot, sobretudo de maior qualidade. Além disso, estimativas apontam menor oferta mundial de trigo, contexto que tende a pressionar os estoques da safra 2024/2025. Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de balcão (preço pago aos produtores) apresentam alta de 2,08% no Paraná, 0,69% em Santa Catarina e 0,35% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), a alta é de 0,2% no Paraná, de 0,07% em São Paulo, estabilidade em Santa Catarina e leve queda de 0,05% no Rio Grande do Sul. Relatório divulgado neste mês pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica que, na União Europeia, diante das reduções de 4% da área (para 23 milhões de hectares) e da produtividade (que deve ser de 5,39 toneladas/hectare) frente às de 2023, a produção deve somar 124 milhões de toneladas na safra 2024/2025, 8,1% a menos que na temporada anterior.

Para a Austrália, o USDA aponta colheita de 32 milhões de toneladas, 23,3% acima da safra anterior, devido aos crescimentos de 5% na área e de 17% na produtividade. A produção na Ucrânia está prevista em 22,3 milhões de toneladas, 3% inferior à de 2023. Em termos globais, a produção estimada pelo USDA é de 796,878 milhões de toneladas em 2024/2025, queda de 0,2% em relação ao relatório anterior, mas 0,8% acima da safra de 2023/2024. A previsão é de consumo mundial em 804,9 milhões de toneladas, 0,7% maior que na temporada anterior e superior à produção. O USDA estima redução das exportações da União Europeia, favorecendo o crescimento de embarques do Canadá, da Austrália e da Ucrânia. A previsão é de que a União Europeia importe maior volume, mesmo diante da queda na produção. As transações mundiais estão previstas em 216,5 milhões de toneladas em 2024/2025, alta de 0,8% frente à estimativa anterior, mas queda de 3,5% na comparação com a safra passada. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no relatório de setembro/2024, estima área de 3,068 milhões de hectares na temporada 2024, praticamente estável frente ao último relatório, mas 11,6% abaixo da safra passada.

A produtividade teve queda de 0,3% frente à apontada em agosto/2024, mas deve subir 23,1% em relação à da safra passada (2.870 Kg por hectare). Com isso, a produção é estimada em 8,81 milhões de toneladas, redução de 0,3% no comparativo mensal, porém, avanço de 8,8% frente à safra finalizada em 2023. A importação estimada para o período de agosto/2024 e julho/2025 permanece estável em relação à indicada no relatório de agosto/2024, mas teve reajuste positivo de 3,4% frente à da safra de 2023, devendo somar 6 milhões de toneladas. A disponibilidade interna é prevista em 15,312 milhões de toneladas, e o consumo doméstico, em 11,892 milhões de toneladas. As exportações permaneceram projetadas em 2 milhões de toneladas. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita do trigo no Paraná atingiu 18% da área total. Das lavouras ainda no campo, 31% estão em boas condições; 36%, em médias; e 33%, em ruins. Dessas lavouras, 51% estão em maturação; e 35%, em fase de frutificação.

No Rio Grande do Sul, 19% estão em fase de enchimento de grãos; 38%, em floração; e 43%, em desenvolvimento vegetativo. Os futuros subiram na semana passada, influenciados especialmente pela redução na perspectiva da safra europeia e pelas tensões na região do Mar Negro. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Setembro/2024) do trigo Soft Red Winter registra valorização de 3,3% nos últimos sete dias, a US$ 5,71 por bushel (US$ 209,90 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem avanço de 1,5%, a US$ 5,78 por bushel (US$ 212,56 por tonelada). Na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria registram valorização de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 261,00 por tonelada. A média mensal está em US$ 261,10 por tonelada, 3% abaixo da média de agosto/2024. No campo, houve redução de 82,6% para 79,5% de plantas em condições normais/boas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.