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03/Sep/2024

Preços do trigo pressionados pela fraca demanda

A colheita da nova safra de trigo começa a ganhar ritmo no Paraná, maior Estado produtor do cereal no Brasil, mas a produtividade e a qualidade têm ficado aquém do esperado por produtores. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 6% da área cultivada no Paraná foi colhida até o momento, e a produtividade média está abaixo de 2 toneladas por hectare. Esse cenário se deve às condições climáticas desfavoráveis para a cultura no Estado, que registrou fortes geadas no período próximo à colheita. Com isso, os produtores se mantêm atentos à evolução e à qualidade da nova safra. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS aponta que as lavouras estão em bom desenvolvimento. Chuvas no início da semana passada favoreceram as plantas, à medida que a umidade do solo melhorou. Após as precipitações, alguns produtores confirmaram a formação de geadas, mas, por enquanto, sem prejuízos, com exceção de áreas de baixada, cujas lavouras estavam em estágio reprodutivo. Em São Paulo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que a colheita foi iniciada e já soma 5% da área.

Os produtores também relatam que o clima seco prejudicou a produtividade. Atentos à colheita e diante da entrada de lotes da nova safra no spot nacional, os agentes de moinhos mostram baixo interesse em novas compras e os demandantes ativos ofertam preços menores. Além disso, a qualidade ainda não é a desejada por compradores, o que faz com que parte dos vendedores disponibilize o trigo a valores mais baixos. Esse contexto mantém as cotações enfraquecidas e o mercado, em rimo lento. Ressalta-se que, apesar de escassos, ainda há disponibilidade de lotes da safra velha, mas com preços mais elevados e com negócios pontuais. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), a queda é de 0,1% em Santa Catarina, estabilidade no Paraná e alta de 0,28% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), há recuo de 2% no Paraná, de 2,3% no Rio Grande do Sul, estabilidade em Santa Catarina e aumento de 0,73% em São Paulo.

A média mensal do trigo negociado no Paraná em agosto foi de R$ 1.538,62 por tonelada, queda de 0,4% sobre a média de julho/2024, mas 21,9% acima da de agosto/2023, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI). No Rio Grande do Sul, a média foi de R$ 1.429,85 por tonelada, 2,6% menor que a do mês anterior, mas 11,5% superior à média de agosto/2023. Em São Paulo, por sua vez, a média foi de R$ 1.592,46 por tonelada, baixa de 0,3% na comparação mensal, porém, avanço expressivo de 24% na anual. Em Santa Catarina, a média de agosto, de R$ 1.508,36 por tonelada, ficou 0,2% inferior à de julho/2024, mas 9,4% acima da média de agosto/2023. Os preços externos subiram no encerramento de agosto, impulsionados por expectativas de safra 2024/2025 com qualidade inferior e menor colheita na União Europeia. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Setembro/2024) do trigo Soft Red Winter registra valorização de fortes 6,1% nos últimos sete dias, a US$ 5,32 por bushel (US$ 195,75 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem alta de 6,3%, a US$ 5,52 por bushel (US$ 203,01 por tonelada).

Em agosto, o primeiro vencimento do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago teve média de US$ 5,27 por bushel (US$ 193,79 por tonelada), quedas de 3% frente à média de julho/2024 e de 14% em relação à de agosto/2023. Na Bolsa de Kansas, o primeiro vencimento do trigo Hard Winter teve média de US$ 5,45 por bushel (US$ 200,33 por tonelada) em agosto, baixas de 4,5% na comparação mensal e de expressivos 26,5% na anual. Nos Estados Unidos, a colheita do trigo de inverno foi encerrada em agosto, e as atividades envolvendo as lavouras de primavera seguem avançando, somando 51% de área, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), praticamente em linha com o observado em anos anteriores. Na Argentina, as lavouras de trigo estão em condições estáveis, mas os produtores aguardam maiores volumes de chuvas para favorecer o desenvolvimento das plantas. Os preços FOB do Ministério da Agroindústria caíram 1,1%. A média de agosto foi de US$ 269,36 por tonelada, sendo 1,18% inferior à média de julho/2024 (US$ 272,59 por tonelada). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.