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27/Aug/2024

Preços do trigo sustentados no mercado doméstico

Geadas ocorridas na Região Sul do País, sobretudo no Paraná, vêm deixando alguns produtores em alerta. Por um lado, o fenômeno climático pode contribuir para a implantação da cultura, mas, por outro, pode ser prejudicial às lavouras que estão em fases reprodutivas, tendo em vista que pode afetar o florescimento e a formação de grãos. Por enquanto, ainda não há dados oficiais quanto a impactos negativos. No Paraná, a maior parte das lavouras está em fase de floração e de frutificação, com cerca de 28% em maturação, segundo informações do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Porém, há piora das condições das lavouras, com apenas 56% das áreas em condições boas.

No Rio Grande do Sul, 83% estão em germinação e desenvolvimento vegetativo; e 17%; em floração, conforme dados da Emater-RS. Em Santa Catarina, a semeadura foi finalizada, e 97% das lavouras estão em condições boas. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), a queda é de 0,1% no Paraná e de 0,5% em Santa Catarina, mas alta de 0,21% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as baixas são de 1,72% no Paraná, de 1,58% no Rio Grande do Sul e de 3,5% em São Paulo, com estabilidade em Santa Catarina. Tomando-se como base números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 12 a 16 de agosto, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 278,64 por tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,63, o cereal importado foi negociado a R$ 1.568,89 por tonelada, ao passo que a média de preço do Cepea está em R$ 1.553,28 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 261,13 por tonelada, o equivalente a R$ 1.470,31 por tonelada, enquanto o preço Cepea está em R$ 1.440,68 por tonelada. As cotações externas do trigo estão em queda, pressionadas pela boa evolução da colheita no Hemisfério Norte, com uma produção crescente. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Setembro/2024) do trigo Soft Red Winter apresenta desvalorização de 5,2% nos últimos sete dias, a US$ 5,02 por bushel (US$ 184,55 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem baixa de 3,7% nos últimos sete dias, a US$ 5,20 por bushel (US$ 191,07 por tonelada). Nos Estados Unidos, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o progresso da colheita foi concluído na maioria dos estados produtores do trigo inverno, com exceção de Idaho, Montana, Oregon, Dakota do Sul e Washington. Com isso, houve avanço de 3% em relação ao relatório de semana passada, chegando a 96% do trigo inverno colhido no país, estando 1% acima do registrado no mesmo período do ano passado e da média dos últimos cinco anos.

Em relação ao trigo de primavera norte-americano, houve um bom avanço na colheita nesta última semana, aumento de 13% frente à do relatório anterior, chegando a 31% de área colhida. Entretanto, a temporada está um pouco atrasada quando comparada ao ano passado e à média dos últimos cinco anos, de respectivos 35% e 36%. Na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria se mantêm estáveis nos últimos sete dias, a US$ 270,00 por tonelada. A média mensal está em US$ 270,29 por tonelada, sendo 0,84% abaixo da média de julho/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.