13/Aug/2024

A liquidez no mercado de trigo está lenta, resultado da baixa demanda interna. Os consumidores, atentos à entrada da nova safra, evitam adquirir grandes volumes neste momento. Boa parte dos produtores está focada nas atividades de campo, no desenvolvimento das plantas e atentos às condições climáticas. Além disso, muitos agentes estão preocupados com a produtividade nacional, devido ao clima desfavorável no período de desenvolvimento do cereal. Nesse cenário, os preços estão pressionados. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), há queda de 1,4% em Santa Catarina, de 0,16% no Rio Grande do Sul e estabilidade no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as baixas são de 1,61% em São Paulo e de 0,16% no Rio Grande do Sul; no Paraná e em Santa Catarina, as médias se mantêm estáveis. No campo, após o déficit hídrico registrado nas semanas anteriores no Rio Grande do Sul, chuvas generalizadas beneficiaram as lavouras, aliviando os produtores. No Paraná, a colheita iniciou nesta semana, especialmente nas regiões norte e oeste do Estado.

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita de trigo alcançou 1% da área semeada no Paraná até o dia 5 de agosto. Dentre as regiões, as atividades correspondiam a 6% em Londrina; 4% em Maringá e 1% em Cascavel. Nos Estados Unidos, os preços do trigo estão em alta, influenciados pela maior demanda externa, tendo em vista problemas logísticos na Argentina. Entretanto, notícias indicando que a Rússia teria reduzido a tarifa de exportação do cereal limitam as altas. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Setembro/2024) do trigo Soft Red Winter registra alta de 0,6% nos últimos sete dias, a US$ 5,42 por bushel (US$ 199,03 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem queda de 1% no período, a US$ 5,54 por bushel (US$ 203,56 por tonelada). De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na última semana, saíram dos portos norte-americanos 38% de trigo a mais que o volume escoado em período equivalente de 2023.

Na parcial desta temporada (de junho/2024 a 1º de agosto/2024), os Estados Unidos exportaram 3,54 milhões de toneladas do cereal, 16% acima da quantidade embarcada no mesmo período da temporada passada. No campo, o USDA indica que 88% da área de trigo inverno havia sido colhida até o dia 4 de agosto, progresso semanal de 6% e acima dos 85% colhidos há um ano e dos 86% na média dos últimos cinco anos. As lavouras norte-americanas do trigo de primavera também começaram a ser colhidas, porém estão mais lentas quando comparadas ao mesmo período dos anos anteriores. Até o dia 4 de agosto, a colheita havia alcançado 6%, abaixo dos 8% há um ano e dos 10% na média dos últimos cinco anos. Na Argentina, segundo relatório divulgado pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires no dia 8 de agosto, as chuvas resultaram em aumento de 5,7% de trigo com condições normais e boas. Os valores FOB do Ministério da Agroindústria se mantêm estáveis nos últimos sete dias. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.