04/Jun/2024

Problemas climáticos em importantes países produtores geraram dúvidas sobre a oferta global de trigo, o que fez com que os preços do cereal encerrassem maio com alta expressiva no mercado internacional. Na Bolsa de Chicago, o valor médio dos contratos de segunda posição de entrega subiu 16,2%, para US$ 6,75 por bushel. Ao longo do último mês, houve uma série de cortes nas estimativas de produção de Rússia, Ucrânia, França e Austrália. Juntos, esses países representam cerca de 20% da produção global, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Analistas e consultorias reduziram suas projeções especialmente para a oferta da Rússia, país que lidera as exportações do cereal no mundo. Os cálculos iniciais indicavam que a colheita russa chegaria a 90 milhões de toneladas, mas, no fim de maio, a consultoria Ikar estimou produção de 81 milhões. Houve uma quebra na tendência de baixa para os preços do trigo a partir da segunda quinzena de abril. O pessimismo com a safra da Rússia provocou um reposicionamento dos fundos, que aumentaram suas posições compradas. A possível quebra na safra da Rússia afetará as exportações.

No momento, a previsão para os embarques russos é de 52 milhões de toneladas. A deterioração das estimativas de produção em outros países também teve reflexos sobre as cotações em maio. Na França, os produtores temem a ocorrência de uma estiagem em 2023/2024 similar à dos ciclos 2020/2021 e 2022/2023. É difícil dizer se o trigo continuará valorizado. Em junho, ocorres a entrada da safra do Hemisfério Norte, o que pode levar a uma acomodação dos preços. Por outro lado, com a incerteza climática, o mercado ainda tem fatores de alta. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.