28/May/2024

Os preços externos e internos do trigo registram fortes altas neste encerramento de maio. No mercado internacional, agentes estão atentos ao clima desfavorável (secas e geadas) em importantes regiões produtoras da Rússia, país que, vale lembrar, é o maior exportador mundial de trigo. Esse cenário traz preocupações quanto à oferta global do cereal. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Julho/2024) do trigo Soft Red Winter tem avanço de expressivos 7,1% nos últimos sete dias, a US$ 6,97 por bushel (US$ 256,20 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter registra valorização de 9% no mesmo período, a US$ 7,21 por bushel (US$ 265,01 por tonelada).

Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB do trigo apresentam avanço de 2,4% nos últimos sete dias, a US$ 297,00 por tonelada, o mais alto desde 1º de novembro/2023 (US$ 304,00 por tonelada). A média de maio está em US$ 279,24 por tonelada, sendo 14,1% acima da média de abril/2024 (US$ 244,75 por tonelada). As altas externas impulsionam os valores no Brasil. Os produtores, atentos aos avanços internacionais, procuram segurar as vendas, especialmente de trigo de melhor qualidade, aguardando ofertas de valores maiores. Vale lembrar que, neste período de entressafra, o volume em estoque é menor e isso fortalece a posição vendedora.

Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 1,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) do Rio Grande do Sul, 2,5% em Santa Catarina e 4,9% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), há aumentos de 4% no Rio Grande do Sul, de 5,3% no Paraná, de 1,1% em São Paulo e de 1% em Santa Catarina. Em relação às lavouras, com o início da semeadura de trigo em diversas regiões do Brasil, agentes relatam que pretendem reduzir a área de cultivo com o cereal nesta safra, devido às dificuldades climáticas, ao alto valor de sementes e insumos, a perdas relacionadas à safra anterior e ao baixo valor de comercialização.

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), no Paraná, a semeadura segue avançando, chegando a 45% da área prevista. Entretanto, em decorrência do baixo índice pluviométrico, a semeadura seguiu com restrições e algumas lavouras estão apresentando germinações desuniformes. Segundo dados da Secretaria de Comercio Exterior (Secex), até a terceira semana de maio, as importações de trigo no Brasil somaram 403,1 mil toneladas, volume 42,2% superior ao de maio/2023 (283,52 mil toneladas). O preço médio do cereal importado foi de US$ 237,30 por tonelada FOB origem, queda de 28,9% no comparativo anual. Quanto às exportações, o Brasil embarcou 55 mil toneladas na parcial deste mês, contra 68,2 mil toneladas em maio/2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.