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14/May/2024

Preços do trigo estão em alta no mercado interno

Como a cultura de trigo no Rio Grande do Sul está em entressafra, as inundações em partes do Estado vêm preocupando sobretudo agentes de moinhos. As estradas e pontes comprometidas têm limitado a entrega de novos lotes. Esse cenário, por sua vez, eleva, sobretudo, os preços no Paraná e em São Paulo, uma vez que parte da demanda é redirecionada para esses Estados. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), os preços registram alta de 0,81% no Rio Grande do Sul, 0,52% em Santa Catarina e 1,75% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os aumentos são de 0,72% no Rio Grande do Sul, de 4,29% no Paraná, de 4,45% em São Paulo e de 0,06% em Santa Catarina. No campo, os produtores devem começar a semeadura neste mês no Rio Grande do Sul. Apesar de os solos estarem saturados pelas chuvas, as maiores áreas de cultivo de trigo localizam-se no noroeste do Estado, região menos afetada pelas intensas chuvas.

Neste cenário, as negociações estão ocorrendo de forma pontual neste Estado. No Paraná, as atividades de campo já avançam. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a semeadura de trigo atingiu 27% da área até então prevista em 1,14 milhão de hectares. Das áreas já implantadas, 94% estão em boas condições; e as demais, em condições médias, em função do déficit hídrico, sobretudo nas regiões oeste e mais ao norte do Estado. Dados divulgados no dia 10 de maio pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que a produção mundial deve somar 798,18 milhões de toneladas na safra 2024/2025, aumento de 1,3% frente à safra passada (2023/2024). Para o Brasil, o USDA estima produção de 9,5 milhões de toneladas, avanço de 17% em relação à safra anterior (8,1 milhões de toneladas). Quanto ao consumo global em 2024/2025, o USDA projeta em 802,36 milhões, 0,3% acima da estimativa para 2023/24 (800,1 milhões).

Os estoques finais foram novamente reduzidos e devem somar 253,61 milhões de toneladas, baixa de 1,8% em relação à temporada anterior. Em relação aos volumes transacionados internacionalmente, o USDA segue elevando os dados. Agora, a quantidade mundial exportada deve somar 215,357 milhões de toneladas em 2024/2025, 1,7% menor na comparação com a temporada passada. Os futuros de trigo subiram com força, impulsionados por recente relatório do USDA indicando produção e estoque dos Estados Unidos abaixo do esperado pelo mercado e pelas geadas em importantes regiões produtoras do cereal na Rússia, que podem prejudicar as lavouras e, consequentemente, reduzir a colheita do país. De acordo com a SovEcon, a safra russa foi reduzida de 93 milhões de toneladas para 89,6 milhões de toneladas, devido à piora do clima. Na Bolsa de Chicago o primeiro vencimento (Maio/2024) do trigo Soft Red Winter registra alta de 6,6% nos últimos sete dias, a US$ 6,45 por bushel (US$ 237,27 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta valorização de 5,6% no mesmo período, a US$ 6,97 por bushel (US$ 256,20 por tonelada). Na Argentina, as cotações avançam com força neste começo de maio, influenciadas por uma greve geral dos sindicatos do país. Na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria registram alta de 6,2% nos últimos sete dias, a US$ 274,00 por tonelada, o maior patamar de 2024. A média de maio está em US$ 264,71 por tonelada, sendo 8,2% acima da de abril/2024 (US$ 244,75 por tonelada). Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em abril, as importações brasileiras de trigo somaram 454,29 mil toneladas, volume 45,3% superior ao do mesmo período do ano passado (312,71 mil toneladas). O preço médio do cereal importado foi de US$ 237,90 por tonelada FOB origem, queda de 30,4% também no comparativo anual. Quanto às exportações, o Brasil embarcou 369,55 mil toneladas, contra 280,65 mil toneladas em abril/2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.