14/May/2024
Segundo a M. Dias Branco, a demanda do consumidor final (sell-out) por derivados de trigo segue firme. As plantas da empresa estão rodando em níveis maiores que o ano passado, dado o movimento de sell-out forte e deve ter volumes vendidos normalizados em maio e junho. A companhia é líder de mercado em massas e biscoitos. Os volumes comercializados pela empresa no primeiro trimestre deste ano não foram melhores em virtude da ruptura no abastecimento do varejo (sell-in), já que a empresa interrompeu temporariamente a produção em janeiro para substituição de sistema de gestão. A fabricante de alimentos registrou recuo de 1,4% no volume de vendas de seus produtos no primeiro trimestre de 2024 na comparação com igual período do ano anterior, para 397,1 mil toneladas. Os estoques foram recompostos e não há problema de abastecimento de sell-in para maio e junho.
Em abril ainda houve ruptura, mas não tão relevante como foi em fevereiro e março. A empresa recuperou estoques, diminuiu a ruptura e vai capturar volume forte. A M. Dias Branco informou que reajustou os preços das suas massas, biscoitos e farinha de 2% a 5% em abril. A interrupção das operações representou a redução em torno de 31 mil toneladas faturadas em janeiro, o que é equivalente a R$ 60 milhões em contribuição de Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Geralmente, a empresa fatura 110 mil toneladas em janeiro e neste ano faturou 84 mil toneladas no mês pela paralisação programada da casa. Outro fator que influenciou a receita foi a queda de 13% no preço médio dos produtos, em virtude dos preços mais baixos das commodities. A M. Dias mantém concomitantemente as estratégias de crescer em produtos de maior valor agregado e recuperar participação de mercado.
Não adianta priorizar somente a rentabilidade ou somente o market share. Foi preciso reimplantar marcas exclusivas de baixo preço e baixo custo para estancar perda de market share, diluir custo fixo e aumentar o giro das plantas. Isso não inviabiliza a estratégia de ganho de margem. A empresa não olha apenas market share e não deixou de lado a agregação de valor. No primeiro trimestre deste ano, as vendas para o canal atacarejo representaram 30% do volume comercializado pela empresa. O canal concentra a comercialização de produtos de menor margem e preço médio inferior. A companhia desenvolveu três marcas exclusivas para o canal (Pelaggio, Predilleto e Romanini). São marcas que não concorrem com demais produtos da M. Dias por serem linhas inferiores. O acordo feito com cash&carry (atacarejo) foi de manutenção das compras do volume histórico das outras marcas da companhia.
Essas marcas devem ganhar maior tração em volume nos próximos meses. São marcas que têm adicionado volume à receita mês a mês e ajudam a diluir o custo fixo. A empresa conseguiu atuar nos dois caminhos em inovação para produtos com preço médio superior e volume no cash&carry, portanto não são excludentes. Não há mudança na estratégia da empresa em buscar maior rentabilidade. Como exemplo de investimento em linhas de maior valor agregado, pode-se citar o aporte recente da empresa de R$ 100 milhões para entrada no segmento de macarrão instantâneo sem fritura. O mercado de lámens movimenta R$ 4 bilhões e cresceu 3,5% em volume e mais de 10% em valor ano a ano desde 2019. É uma categoria com preço médio muito superior, o que traz margens maiores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.