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14/May/2024

M. Dias Branco está bastante otimista para 2024

Após um primeiro trimestre com Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorde e crescimento de mais de 100% no lucro líquido, a M. Dias Branco espera avançar neste ano em rentabilidade, participação de mercado e em volume comercializado. A empresa mantém a expectativa de um ano melhor em margens, volume e market share. O foco é recuperação de market share, alavancagem operacional e crescimento de volumes. O custo na comparação anual está mais baixo. Os volumes, excluindo a situação de queda em janeiro por paralisação das plantas, estão crescentes. O desafio da empresa é equacionar as estratégias de ampliação de volume com melhor rentabilidade. Geralmente no mercado de derivados de trigo, preços superiores levam a menor volume comercializado. São caminhos concomitantes, com o investimento em categorias premium e a retomada de produtos de linhas inferiores direcionadas ao atacarejo.

Neste cenário de custo menor, há maior atenção com precificação e de avaliar detalhadamente onde é possível aumentar e onde é preciso revisar preço e ganhar volume. Não se descarta um reajuste pontual de preços, mas, se concretizado, será pontual e menos intenso do que ocorreu de 2020 a 2023. Reajuste para baixo é pouco provável, enquanto e empresa avalia com cuidado reajustes para cima. Isso está sendo estudado e depende de cada categoria. A M. Dias Branco vem buscando retomar a rentabilidade nos últimos anos, investindo em produtos de maior valor agregado e reforçando portfólio de produtos com margem superior em todos os canais e regiões. Em um ano, do primeiro trimestre de 2023 para igual período deste ano, a empresa viu a margem Ebitda crescer 6%, para 13,0% ao fim dos primeiros três meses deste ano.

Um dos principais fatores impulsionadores do Ebitda tende a continuar sendo a geração de caixa, que atingiu R$ 138 milhões no primeiro trimestre, que é sazonalmente mais fraco em vendas. A tendência de queda na taxa básica de juros também contribui para a redução das despesas financeiras e, consequentemente, é positiva para a rentabilidade, mas em menor impacto. Do lado dos custos, a menor pressão da despesa de aquisição das matérias-primas tende a continuar em patamar inferior ao visto em 2023 e contribuindo para a rentabilidade. Em um ano, o custo dos produtos vendidos pela companhia recuou 25,1%, enquanto o custo variável passou de R$ 3,70 por Kg para R$ 2,60 por Kg ao fim do primeiro trimestre. Isso porque o preço das principais commodities utilizadas pela companhia recuou na comparação anual, caso do trigo e do óleo de palma.

O açúcar e o cacau, em alta, representam menos de 5% do custo total da companhia. O trigo segue estável. De forma geral, a expectativa é de custo menor neste ano, se mantidos os fatores de mercado. Em relação ao trigo, a companhia acompanha a evolução futura do plantio do cereal no Rio Grande do Sul, previsto para início deste mês, em decorrência das fortes enchentes que afetaram o Estado. A empresa tem estoque do cereal para alguns meses e espera que o plantio aconteça até o fim de junho. Em relação à demanda, a avaliação da empresa é de que o consumo pelas suas categorias está aquecido. De acordo com dados de mercado, as vendas de biscoitos cresceram 3% em valor e 1% em volume do primeiro trimestre de 2023 para o primeiro trimestre de 2024, enquanto as vendas de massas avançaram 5% em valor e em volume. A demanda do consumidor final continua firme.

Com o previsto aumento nos volumes vendidos, a M. Dias espera também a recuperação gradual do market share. No segmento de biscoitos, a M. Dias detinha ao fim do primeiro trimestre 32,6% de participação de mercado. Em massas, sua participação em volume é de 28,6%. O nível considerado "saudável" pela companhia é de participação de pelo menos um terço do mercado. O ganho de share é um dos principais objetivos para crescimento deste ano nas principais categorias: massas, biscoitos e farinha de trigo. A empresa está recuperando market share com responsabilidade sem perda de margem. Para tal, a M. Dias aposta em crescer nas categorias básicas, defender a posição nas Regiões Norte e Nordeste, alavancar vendas nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e expandir a venda integrada das marcas (cross selling).

Cross selling é extremamente importante fora da Região Nordeste, porque há varejistas que vendem uma marca premium da empresa, mas ainda não atuam em categorias intermediárias e inferiores. No mercado internacional, a M. Dias prevê um mercado próximo da estabilidade nas exportações, mas rentabilidade próxima do histórico na operação no Uruguai com as Las Acacias, de massas. Depois da pandemia, a exportação cedeu, mas não ao nível anterior ao de 2019. O patamar segue elevado. Já a Las Acácias, adquirida pela empresa em 2022, está indo muito bem, com margem Ebitda de 13%, em linha com o histórico, e em crescimento. No primeiro trimestre deste ano, R$ 44,9 milhões da receita líquida da empresa vieram do faturamento no exterior, o que inclui exportações e a operação no Uruguai, queda de 4,9% na comparação anual. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.