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23/Apr/2024

Preços do trigo em alta com comercialização lenta

Neste período de entressafra, os produtores estão avaliando as condições de mercado, as previsões climáticas e outros fatores para, então, decidirem sobre a semeadura do trigo ou de culturas alternativas. Por enquanto, as expectativas são de que a área diminua, sobretudo devido aos elevados custos de produção. Na região central do País, a semeadura do cereal já foi iniciada. Do lado da demanda, agentes de indústrias estão atentos à ampla oferta de trigo argentino a preços mais competitivos que os nacionais, o que tem deixado esses compradores relutantes em pagar valores maiores por novos lotes no spot brasileiro. Apesar da quebra de safra nacional em 2023 e da consequente baixa oferta de trigo de qualidade para panificação, as cotações domésticas não apresentam oscilações expressivas desde novembro/2023.

Nesse cenário, as negociações seguem ocorrendo de forma pontual. Nos últimos sete dias, o preço do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) tem alta de 1,54% no Rio Grande do Sul, 0,3% em Santa Catarina e 0,81% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), há avanços de 5,04% no Rio Grande do Sul, de 0,41% no Paraná, de 5,94% em São Paulo, mas queda de 0,18% em Santa Catarina. Os futuros de trigo estão em baixa, refletindo a maior oferta da Ucrânia. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Maio/2024) do trigo Soft Red Winter registra recuo de 1% nos últimos sete dias, a US$ 5,50 por bushel (US$ 202,18 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta desvalorização de 1,4% no período, a US$ 5,81 por bushel (US$ 213,66 por tonelada). O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou estimativa indicando aumento na produção da Argentina, passando agora para 16,8 milhões de toneladas, contra 15,7 milhões no relatório anterior.

Na Rússia, a temporada 2024 deve totalizar 93 milhões de toneladas, ante as 94 milhões estimadas no mês anterior, segundo a SovEcon. Essa redução refletiu a queda no volume de chuvas no país. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB do trigo apresentam alta de 3,7% nos últimos sete dias. Ressalta-se que o valor atingiu US$ 251,00 por tonelada no dia 17 de abril, o maior deste ano. A média da parcial de abril está em US$ 240,31 por tonelada, sendo 8,7% acima da média de março/2024 (US$ 221,11 por tonelada). Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de abril, as importações brasileiras de trigo somam 167,05 mil toneladas, abaixo das 312,71 mil toneladas registradas em todo o mês de abril do ano passado. O preço médio de importação do cereal foi de US$ 240,80 por tonelada FOB origem, 29,6% inferior ao verificado há um ano (US$ 342,00 por tonelada). Quanto às exportações, o Brasil embarcou 379,19 mil toneladas, contra 280,65 mil toneladas em abril do ano passado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.