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16/Apr/2024

Tendência de alta dos preços domésticos do trigo

Os preços do trigo estão em alta no mercado interno, influenciados pela retração de produtores. Os produtores que ainda detêm o cereal de qualidade nesta entressafra preferem esperar para vendê-lo em momentos mais oportunos. Muitos também se afastam dos negócios porque, diante da proximidade do período de cultivo na Região Sul do Brasil, passam a se atentar ao campo e ao clima. Por enquanto, estimativas indicam menor área no País. Os produtores estão de olho, ainda, no mercado externo, sobretudo nas tensões no Oriente Médio. Assim, embora os preços tenham subido, o ritmo de negócios se mantém lento. Nos últimos sete dias, as altas do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) são de 4,19% no Rio Grande do Sul, de 0,39% em Santa Catarina e de 0,7% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os aumentos são de 1,94% no Rio Grande do Sul, de 0,74% no Paraná, 2,18% em São Paulo e de 0,28% em Santa Catarina.

Neste mês, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou estimativa indicando área nacional de 3,3 milhões de hectares, 4,7% inferior à da temporada anterior. No entanto, a produtividade pode aumentar 26,1% no mesmo comparativo. Assim, a produção está estimada em 9,72 milhões de toneladas, alta de 20,2% frente à finalizada em 2023. Para a importação, o volume previsto é de 5,5 milhões de toneladas entre agosto/2024 e julho/2025. A disponibilidade interna está prevista em 15,42 milhões de toneladas; e o consumo doméstico, em 12,62 milhões de toneladas. As exportações permaneceram em 2 milhões de toneladas. Em termos mundiais, segundo dados divulgados neste mês pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a colheita global é estimada em 787,36 milhões de toneladas, praticamente estável frente ao relatório anterior (786,7 milhões de toneladas), mas queda de 0,3% em relação à safra passada.

Esse recente aumento reflete a melhora na produção da União Europeia. Para o Brasil, o volume produzido permanece projetado em 8,1 milhões de toneladas. Para o consumo global de 2023/2024, o USDA aumentou a estimativa entre os relatórios mensais, saindo de 798,97 milhões em março para 800,1 milhões em abril; na comparação entre as safras (2023/2024 em relação a 2022/2023), a elevação no consumo é de 1,1%. Os estoques finais foram novamente reduzidos e devem somar 258,26 milhões de toneladas, baixa de 5% em relação à temporada anterior. Quanto aos volumes transacionados internacionalmente, o USDA segue elevando os dados. Agora, a quantidade mundial exportada deve somar 216,69 milhões de toneladas em 2023/2024, sendo 0,62% superior ao indicado em março e 0,28% maior na comparação com a temporada passada. Devido às incertezas relacionadas à safra do Hemisfério Norte, os preços externos estão oscilando pouco.

Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Maio/2024) do trigo Soft Red Winter registra queda de 2% nos últimos sete dias, a US$ 5,56 por bushel (US$ 204,29 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, por outro lado, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta valorização de 1,3% no mesmo período, a US$ 5,89 por bushel (US$ 216,70 por tonelada). Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB têm alta de 4,3% nos últimos sete dias, passando para US$ 242,00 por tonelada. A média de abril está em US$ 234,88 por tonelada. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros dias de abril, já chegaram aos portos brasileiros 103 mil toneladas de trigo, o que representa 33% do volume recebido em todo mês de abril de 2023. Caso o atual ritmo se mantenha, as importações podem atingir 453,28 mil toneladas neste mês. Quanto às exportações, nos primeiros cinco dias úteis, o Brasil embarcou 295,48 mil toneladas de trigo em grão. O preço médio do cereal importado foi de US$ 237,70 por tonelada FOB origem, queda de 30,5% frente ao de abril do ano passado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.