16/Apr/2024
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi), um eventual avanço dos preços do petróleo, em decorrência da escalada do conflito no Oriente Médio, pode impulsionar as exportações brasileiras de biscoitos, massas, pães e bolos industrializados para países como Angola e Venezuela. Há um viés positivo porque são países relevantes nas compras do setor e dependentes da exportação de petróleo. Quando há um avanço do preço do barril do petróleo, isso favorece notadamente a capacidade de compra desses países. A Venezuela é o principal destino das exportações brasileiras de derivados de trigo, respondendo por 23% das vendas externas do setor, com US$ 61,6 milhões de embarques em 2023, somando 57,5 mil toneladas.
Angola, por sua vez, consta entre os dez principais países importadores de derivados industrializados de trigo do Brasil, totalizando US$ 8,1 milhões e 5,3 mil toneladas no ano passado. No momento em que eles têm maior reserva de dólar disponível, pelas exportações de petróleo, eles têm também maior capacidade de compra. Embora possa haver impacto nos custos operacionais da cadeia para exportação, em virtude da perspectiva de aumento do frete marítimo, também pelos eventuais ganhos do petróleo, o efeito positivo é superior para as exportações da cadeia. Para a Venezuela, com a qual o Brasil faz fronteira por Roraima, é possível, inclusive, ter acesso rodoviário.
Além disso, a apreciação do câmbio traz maior competitividade para os produtos nacionais em termos de preços. Em relação às rotas de escoamento dos produtos exportados pela indústria de derivados de trigo, não deve haver aumento do risco do transporte, mesmo com o conflito na região, pelo fato de o transporte para os países árabes ser realizado pelo Golfo Pérsico e não pelo Mar Vermelho. A rota comumente utilizada pela indústria é via o Golfo até a chegada em Dubai, onde ocorre a distribuição para demais países da Liga Árabe. É uma rota facilitada, apesar de os problemas na região gerarem impacto no custo do frete internacional. A necessidade de busca de fornecedores de produtos de alto valor agregado deve levar à expansão da comercialização para os países árabes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.