10/Apr/2024
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com base em levantamentos das entidades produtoras do insumo na Região Sul do País, o fenômeno climático El Niño afetou não só a produção das lavouras de grãos e forrageiras na Região Sul, com o excesso de chuvas, como também a produção de sementes, sobretudo as de trigo. Além de perdas quantitativas, o setor sementeiro avalia agora as perdas qualitativas, já que muitas áreas de multiplicação não atingiram os parâmetros específicos para a comercialização de sementes. No trigo, a Embrapa cita, com base em dados da Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul), que a quebra de produção de sementes no Estado chegou a 50%. Para a safra 2024, estarão disponíveis 138 mil toneladas de sementes certificadas de trigo, volume suficiente para abastecer uma área de cultivo próxima a 1 milhão de hectares no Rio Grande do Sul.
A taxa de uso de semente certificada nesta safra está estimada em 78%, a maior da história já registrada pela Apassul, indicando que o uso de semente salva não será significativo, justamente pelo risco de investir em semente de baixa qualidade. Sementes "salvas" são aquelas retiradas da própria lavoura da safra anterior e semeadas no ciclo seguinte. Para a Apassul, como em 2023 houve uma das piores safras de trigo e considerando que o agricultor não tem equipamentos específicos para a produção de sementes, haverá redução significativa de grãos salvos. No ano passado, a taxa de uso de semente certificada foi de 58% no Rio Grande do Sul, complementa a Embrapa. Com o menor volume de sementes, o preço do insumo deve ficar entre R$ 130,00 e R$ 150,00 por saca de 40 Kg, pouco acima dos R$ 120,00 por saca de 40 Kg da safra passada.
No Paraná, a quebra da safra de sementes de trigo ficou estimada em 20%, contabilizando que deixarão de entrar no mercado cerca de 30 mil toneladas de sementes de trigo por falta de qualidade, conforme cálculos da Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (Apasem). A previsão da entidade é a de que o setor sementeiro vá garantir produção para cobrir 1,1 milhão de hectares com trigo no Paraná. Para a Embrapa, a redução na oferta de sementes vai acompanhar a menor intenção de cultivo do trigo por parte do produtor no Paraná. A redução na cotação do trigo e as incertezas com o clima para o próximo inverno deixaram o produtor mais cauteloso com a safra de inverno, avalia a Apasem. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.