ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

09/Apr/2024

Tendência é de alta nos preços com boa demanda

A disputa por trigo de maior qualidade (PH 78) está mais acirrada neste começo de abril. Esse cenário eleva as cotações do cereal na maior parte das regiões. Além disso, a valorização cambial (que deixa o produto nacional mais atrativo aos consumidores) e a retração de produtores brasileiros também sustentam os preços do cereal. Por outro lado, o movimento de alta é limitado pelas vendas enfraquecidas das farinhas de trigo no Brasil. Representantes de indústrias sinalizam dificuldade em repassar o valor da matéria-prima para os derivados, o que vem reduzindo a margem de lucro. Os produtores estão atentos ao clima, já avaliando sobre o cultivo da safra 2024/2025 no País. A expectativa de transição do fenômeno climático El Niño para o La Niña pode resultar em chuvas irregulares no período de cultivo, mas em precipitações abaixo da média no período de colheita, o que, neste caso, favoreceria esta atividade.

Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) tem leve baixa de 0,33% no Rio Grande do Sul e se mantém estável (-0,08%) em Santa Catarina. No Paraná, o preço tem avanço 0,45%. No mercado de lotes (negociações entre empresas), a cotação registra alta de 0,26% no Rio Grande do Sul, 0,92% no Paraná e 1,52% em São Paulo. Em Santa Catarina, observa-se estabilidade (-0,13%). O déficit hídrico no Hemisfério Norte está deixando o setor em alerta, contexto que dá suporte aos futuros do trigo. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Maio/2024) do trigo Soft Red Winter apresenta alta de 1,2% nos últimos sete dias, a US$ 5,67 por bushel (US$ 208,43 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, por outro lado, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter registra desvalorização de 0,5% no mesmo período, a US$ 5,82 por bushel (US$ 213,94 por tonelada).

De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado no dia 1º de abril, o país embarcou 498,9 mil toneladas de trigo, 15,3% acima da semana anterior e mais que o dobro exportado em igual período de 2023. Na parcial do ano safra (de junho/2023 a 28 de abril/2024), os embarques norte-americanos somam 14,78 milhões de toneladas, 12,3% abaixo do volume escoado há um ano. De acordo com o USDA, 4% do trigo inverno dos Estados Unidos está em fase de perfilhamento/desenvolvimento, 1% abaixo do registrado no ano anterior. Das lavouras de trigo de inverno, 56% estão em condições entre boas e excelentes, acima dos 28% um ano atrás; 11% estão em condições ruins e muito ruins, contra 36% no mesmo período de 2023.

Na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria apresentam alta de 1,9% nos últimos sete dias, a US$ 232,00 por tonelada. A média do mês de abril está em US$ 231,00 por tonelada. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em março, as importações brasileiras de trigo somaram 510,49 mil toneladas, volume 19,2% superior ao do mesmo período do ano passado (428,3 mil toneladas). O preço médio do cereal importado foi de US$ 246,28 por tonelada FOB origem, queda de 27,4% também no comparativo anual. Quanto às exportações, o Brasil embarcou 830,2 mil toneladas em março, contra 646,3 mil toneladas no mesmo mês de 2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.