02/Apr/2024
Os preços internos do trigo atravessaram o mês de março praticamente estáveis, mas a média mensal ainda ficou levemente abaixo da média de fevereiro/2024 e bem inferior à registrada há um ano. No geral, os negócios seguem pontuais no mercado doméstico, tendo em vista que, enquanto os produtores estão focados na safra de verão (1ª safra 2023/2024), os compradores estão em busca de trigo de qualidade, cuja disponibilidade interna é baixa. Em março, a média mensal do trigo negociado no Paraná foi de R$ 1.241,66 por tonelada, queda de 0,7% frente à de fevereiro e forte recuo de 24% sobre a média de março/2023, em termos nominais. No Rio Grande do Sul, a média foi de R$ 1.173,65 por tonelada, queda mensal de 1,3% e recuo anual de 19,4%. Em São Paulo, por sua vez, a média foi de R$ 1.222,99 por tonelada, reduções de 0,4% no mês e de 30,6% no ano. Em Santa Catarina, a média, de R$ 1.394,80 por tonelada, registrou avanço de 1,6% de fevereiro para março, porém, caiu 12,6% em um ano.
Nos últimos sete dias, especificamente, os valores no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram pequena queda de 0,15% no Paraná, com estabilidade no Rio Grande do Sul e alta de 0,27% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), há queda de 2,72% no Paraná e de 0,14% no Rio Grande do Sul, com estabilidade em Santa Catarina, mas reação de 2,15% em São Paulo. Tomando-se como base números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 18 a 22 de março, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 233,63 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,00, o cereal importado foi negociado a R$ 1.169,40 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.239,16 por tonelada.
No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 218,33 por tonelada, o equivalente a R$ 1.092,84 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.172,52 por tonelada na média do Estado. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a área destinada ao trigo no Paraná será 17% menor nesta safra frente à temporada anterior, somando 1,17 milhão de hectares. Apesar disso, a produção deverá ser 8% maior no mesmo comparativo, atingindo 3,9 milhões de hectares no Estado, em decorrência da recuperação da produtividade. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB apresentam alta de 2,2% nos últimos sete dias, passando para US$ 229,00 por tonelada. De fevereiro para março, na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria cederam 4,8%, com a média passando para US$ 221,11 por tonelada.
Relatório divulgado na última semana pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em 1º de março deste ano, os estoques norte-americanos de trigo eram de 29,59 milhões de toneladas, 15,5% superior aos da mesma data de 2023. Em relação à nova safra, a estimativa de área para os Estados Unidos foi de 19,22 milhões de hectares, baixa frente à temporada anterior (20,06 milhões de hectares). Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Maio/2023) do trigo Soft Red Winter tem avanço de 1% nos últimos sete dias, a US$ 5,60 por bushel (US$ 205,86 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter registra desvalorizou 0,9% no mesmo período, a US$ 5,85 por bushel (US$ 215,04 por tonelada).
A queda do primeiro vencimento na Bolsa de Chicago foi de relevantes 7,5% entre fevereiro e março, com média de US$ 5,41 por bushel (US$ 199,14 por tonelada) para o Soft Red Winter na Bolsa de Chicago. Na Bolsa de Kansas, o primeiro vencimento do trigo Hard Winter caiu 0,6% em igual comparativo, para US$ 5,91 por bushel (US$ 217,30 por tonelada). Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a quarta semana de março, as importações brasileiras de trigo somavam 436,23 mil toneladas, ainda abaixo das 429,24 mil toneladas registradas em todo o mês de março do ano passado. O preço médio de importação do cereal foi de US$ 247,13 por tonelada FOB origem, 27% inferior ao verificado há um ano (US$ 338,72 por tonelada). Quanto às exportações, o Brasil embarcou 660,40 mil toneladas, contra 607,94 mil toneladas em março/2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.