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01/Apr/2024

Preços do trigo enfraquecem com demanda retraída

A semana que antecedeu o feriado de Páscoa contribuiu para desacelerar ainda mais as negociações no spot do trigo nas regiões produtoras do Brasil. Ao mesmo tempo que há poucos lotes disponíveis de trigo tipo 1, próprio para pão, por causa da quebra de safra do cereal na Região Sul, moinhos também recorrem ao produto argentino, atualmente mais competitivo do que o cereal brasileiro. Outro fator a travar acordos é que produtor segue mais focado em trabalhos de campo - seja na colheita de soja e milho verão ou plantio da 2ª safra de milho - e deixa o trigo no silo. Sobre o trigo argentino, que, embora o câmbio esteja favorável para os produtores argentinos exportarem, o ritmo de embarques continua abaixo dos últimos anos, provavelmente devido à menor demanda do Brasil.

Essa situação pode se reverter, pois o Brasil costuma aumentar suas compras até abril. Portanto, ainda poderemos ver alguma demanda adicional neste mês de abril. A demanda pelo cereal da Argentina, onde além de a qualidade estar favorável, o preço do cereal está mais competitivo que o comercializado no spot brasileiro. Diante disso, a negociação segue pontual no mercado interno. Os preços do cereal cederam na última semana. Apenas em algumas regiões os valores mostraram certa reação. As médias mensais de março estão abaixo das de fevereiro/2024 no Paraná, no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Nos últimos sete dias, os preços ao produtor caíram 1,03% em Santa Catarina, 0,53% no Paraná e 0,14% no Rio Grande do Sul. Nas negociações entre empresas, houve queda de 0,23% em São Paulo e de 0,1% no Rio Grande do Sul, com estabilidade em Santa Catarina e reação de 0,19% no Paraná.

Na região de Campos Gerais, no Paraná, as indicações no mercado spot de trigo ficaram estáveis, com relatos de acordos pontuais para compradores nacionais. As indicações para o cereal tipo 1, para pão, eram de R$ 1.250 por tonelada CIF posto moinho, com entrega imediata e pagamento em abril, e de R$ 1.300 na mesma modalidade, mas com entrega em abril e pagamento em maio. Compradores no geral oferecem entre R$ 1.300 e R$ 1.400 por tonelada FOB. Além da queda de braço entre compradores e vendedores, muitos moinhos já estão abastecidos com trigo argentino até maio e abril. Somado a isso, diversos produtores estão colhendo soja e milho no momento, de forma que não conseguem voltar as atenções para o cereal de inverno.

Também no Rio Grande do Sul a negociação segue travada. Na região de Santa Rosa (RS), os moinhos continuam comprando apenas da mão para a boca, apenas quando aparece bom produto. As indicações giram em torno de R$ 1.020 a R$ 1.030 por tonelada FOB com retirada e pagamento imediatos na região das Missões. Ainda há algum saldo armazenado na região, mas não é muita coisa, pois os triticultores misturaram o produto de qualidade inferior (PH 64 com PH 68) para o trigo feed destinado à exportação. Os produtores estão apostando em uma alta no segundo semestre, durante a entressafra e quem tem o produto tende a segurar. O problema é saber até quando conseguirão manter o produto estocado em função do avanço da colheita da soja. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.