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26/Mar/2024

Preços do trigo recuam e comercialização é lenta

Muitos agentes de moinhos brasileiros estão em busca de trigo tipo 1, mas a oferta doméstica de cereal de maior qualidade está baixa. Um caminho é adquirir o trigo da Argentina, onde, além de a qualidade estar favorável, o preço do cereal está mais competitivo que o comercializado no spot brasileiro. Diante disso, os negócios seguem pontuais no mercado interno, e os preços, enfraquecidos. Apenas em algumas regiões que os valores apresentam certa reação. As médias mensais da parcial de março estão abaixo das de fevereiro/2024 no Paraná, no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), os valores apresentam baixa de 1,03% em Santa Catarina, 0,53% no Paraná e 0,14% no Rio Grande do Sul.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), há queda de 0,23% em São Paulo e de 0,1% no Rio Grande do Sul, com estabilidade em Santa Catarina e reação de 0,19% no Paraná. Tomando-se como base números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 11 a 15 de março, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 229,55 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,98, o cereal importado foi negociado a R$ 1.143,46 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.240,38 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 214,47 por tonelada, o equivalente a R$ 1.068,34 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.184,60 por tonelada na média do Estado. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB do trigo registram alta de 1,8% nos últimos sete dias, passando para US$ 224,00 por tonelada.

A Bolsa de Comércio de Rosário informou que a Argentina exportou 3,9 milhões de toneladas de trigo nos primeiros três meses e meio do ciclo comercial 2023/2024 (iniciado em dezembro/2023), aumento de 122% frente à temporada passada, mas ainda o segundo menor volume nas últimas oito safras. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Maio/2023) do trigo Soft Red Winter registra avanço de expressivos 5% nos últimos sete dias, a US$ 5,54 por bushel (US$ 203,84 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem valorização de fortes 4,3% no mesmo período, a US$ 5,90 por bushel (US$ 216,97 por tonelada). As altas nos futuros estão relacionadas ao aumento das tensões no conflito entre Rússia e Ucrânia na última semana e a piores condições da safra francesa na comparação com o mesmo período do ano passado.

A SovEcon divulgou que a safra de trigo da Rússia deverá atingir 94 milhões de toneladas, incremento de 400 mil toneladas frente à previsão anterior. A produção foi favorecida pelo clima. Na safra passada, a Rússia colheu 92,8 milhões de toneladas. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de março, as importações brasileiras de trigo somavam 288,94 mil toneladas, ainda abaixo das 429,24 mil toneladas registradas em todo o mês de março do ano passado. O preço médio de importação do cereal foi de US$ 247,68 por tonelada FOB origem, 26,9% inferior ao verificado há um ano (US$ 338,72 por tonelada). Quanto às exportações, o Brasil embarcou 561,7 mil toneladas, contra 607,94 mil toneladas em março/2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.