05/Mar/2024
Demandantes do setor tritícola nacional seguem à procura de cereal de maior qualidade. No entanto, como a disponibilidade de trigo tipo 1 da produção brasileira da última safra está baixa, estes compradores domésticos seguem adquirindo o produto via importação. Ainda assim, as aquisições de novos lotes acontecem de forma comedida, já que a demanda por derivados está enfraquecida. Os produtores, por sua vez, seguem focados no planejamento da próxima temporada brasileira e na colheita da safra atual de verão (1ª safra 2023/2024). Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a quarta semana de fevereiro, as importações brasileiras de trigo somaram 439,02 mil toneladas, acima das 291,63 mil toneladas registradas em todo o mês de fevereiro do ano passado. O preço médio de importação do cereal foi de US$ 241,60 por tonelada FOB origem, 33% abaixo do verificado há um ano (US$ 360,80 por tonelada).
Quanto às exportações, o Brasil embarcou apenas 131,10 mil toneladas, contra 533,42 mil toneladas em fevereiro do ano passado. As cotações internas, por sua vez, recuaram na última semana de fevereiro. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), os valores registram baixa de 1,92% no Paraná, 1,5% no Rio Grande do Sul e 1,31% em Santa Catarina. Nas negociações entre empresas, as quedas são de 3,87% no Rio Grande do Sul e de 1,71% em São Paulo, mas com estabilidade em Santa Catarina e avanço de 0,43% no Paraná. Tomando-se como base números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 19 a 23 de fevereiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 244,01 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,95, o cereal importado foi negociado a R$ 1.208,02 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.254,45 por tonelada.
No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 228,11 por tonelada, o equivalente a R$ 1.129,33 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.195,99 por tonelada na média do Estado. Em fevereiro, a média mensal do trigo negociado no Paraná foi de R$ 1.250,55 por tonelada, alta de leve 0,1% frente à média de janeiro, contudo, recuo de 24,5% sobre a de fevereiro/2023, em termos nominais. Em Santa Catarina, a média de R$ 1.373,50 por tonelada avançou 1,4% no mês, todavia, caiu 15% em um ano. No Rio Grande do Sul, a média foi de R$ 1.189,13 por tonelada, queda mensal de 3,2% e recuo anual de 18,8%. Em São Paulo, por sua vez, a média foi de R$ 1.227,75 por tonelada, reduções de 2,2% e 31,5% em iguais comparativos. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB do trigo apresentam queda de 1,8% nos últimos sete dias, a US$ 220,00 por tonelada, o menor patamar deste ano.
Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Março/2023) do trigo Soft Red Winter registra recuo de 2,4% nos últimos sete dias, a US$ 5,60 por bushel (US$ 205,76 por tonelada). A pressão vem das boas condições da safra norte-americana de inverno e das exportações ucranianas e russas. Ressalta-se que este é o menor valor do primeiro vencimento na Bolsa de Chicago deste ano. Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem valorização de 2% no mesmo período, a US$ 5,80 por bushel (US$ 213,11 por tonelada), com movimento de correção na semana passada. Apesar disso, ambos cederam quando consideradas as médias mensais. A queda do primeiro vencimento na Bolsa de Chicago foi de 2,4% entre janeiro e fevereiro, com média de US$ 5,85 por bushel (US$ 215,25 por tonelada) para o Soft Red Winter na Bolsa de Chicago. Na Bolsa de Kansas, o primeiro vencimento do trigo Hard Winter caiu 3,8% em fevereiro frente ao mês anterior, para US$ 5,95 por bushel (US$ 218,70 por tonelada). Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana do dia 22 de fevereiro, os Estados Unidos exportaram 327,3 mil toneladas de trigo da temporada 2023/2024, alta relevante de 40% frente ao período anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.