06/Feb/2024

As negociações internas de trigo seguem pontuais, com baixo interesse de compra por parte de moinhos e produtores focados nas safras de soja e milho. Apesar disso, as exportações de trigo estão ocorrendo de forma intensa, mantendo a balança comercial superavitária neste início de ano. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a quarta semana de janeiro, o Brasil havia enviado 812,18 mil toneladas ao mercado internacional, contra 561,52 mil toneladas em janeiro do ano passado. As importações somam 520,64 mil toneladas de trigo, acima das 439,98 mil toneladas registradas em todo o mês de janeiro/2023. Os preços de importação do cereal tiveram média de US$ 249,20 por tonelada FOB origem, 30% abaixo dos verificados há um ano (US$ 356,20 por tonelada).

Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), os preços registram avanço de 1,95% no Rio Grande do Sul e 0,27% no Paraná, mantendo-se estáveis em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as altas são de 0,78% no Rio Grande do Sul e de 0,51% no Paraná, e baixas de 0,88% em São Paulo e de 0,62% em Santa Catarina. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 22 a 26 de janeiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 250,69 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,93, o cereal importado foi negociado a R$ 1.237,02 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média um pouco maior, de R$ 1.243,78 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 234,42 por tonelada, o equivalente a R$ 1.156,74 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.199,61 por tonelada na média do Estado. Em janeiro, a média mensal do Paraná foi de R$ 1.248,89 por tonelada, quedas de 2,6% frente à de dezembro e de 26,2% sobre a de janeiro/2023, em termos nominais. Em São Paulo, a média foi de R$ 1.255,30 por tonelada, reduções de 2,4% e 30,8%, em iguais comparativos. Em Santa Catarina, a média de R$ 1.355,19 por tonelada caiu apenas 0,3% no mês, mas 16% em um ano. No Rio Grande do Sul, por sua vez, a média foi de R$ 1.228,17 por tonelada, leve alta mensal de 0,1%, mas forte recuo anual de 17,3%. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB permanecem estáveis nos últimos sete dias, a US$ 244,00 por tonelada.

O primeiro vencimento (Março/2023) do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago apresenta leve queda de apenas 0,1% nos últimos sete dias, a US$ 5,99 por bushel (US$ 220,37 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter registra valorização de 0,04% no mesmo período, a US$ 6,25 por bushel (US$ 229,65 por tonelada). De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as exportações de trigo dos Estados Unidos da temporada 2023/2024 atingiram 322,5 mil toneladas. As da safra 2024/2025 totalizaram 15,5 mil toneladas até 25 de janeiro. A Ucrânia deve exportar 17,7 milhões de toneladas de trigo na safra 2023/2024, aumento de 3% frente à temporada anterior. A maior parte da produção ucraniana deve ser exportada, visto que a estimativa é de 23,14 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.