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05/Feb/2024

Preços do trigo estáveis com baixa liquidez no spot

A comercialização de trigo no mercado interno avança lentamente nas principais praças produtoras. No Paraná, avançam as vendas de cereal para ração e exportação. Os moinhos já estão abastecidos de cereal de maior qualidade. Já no Rio Grande do Sul, a falta de acordo quanto ao preço vem limitando os negócios. Os preços seguem praticamente estáveis, dada a baixa liquidez. Em Ponta Grossa (PR), as negociações são pontuais para o trigo de qualidade, com moinhos indicando R$ 1.200 por tonelada CIF, com entrega em março e pagamento em abril ou entrega em abril e pagamento em maio. Os moinhos esticaram bem os estoques e estão comprados para praticamente fevereiro inteiro.

Em contrapartida, de cereal de qualidade inferior têm rodado volumes mais expressivos e com mais frequência. Os preços variam entre R$ 600 a R$ 650 por tonelada para o tipo 3 e R$ 800 a R$ 900 por tonelada para o tipo 2. Os produtores que ainda têm trigo de maior PH e não precisam vender para liberar espaço nos armazéns seguram o produto, na expectativa de que, após a colheita da soja, as cotações do cereal subam. Na região de Santa Rosa (RS), as indicações no mercado spot de trigo se mantiveram estáveis ante a semana anterior. O principal motivo para a falta de acordos é a queda de braço entre compradores e vendedores. Os moinhos propõem entre R$ 1.220 e R$ 1.230 por tonelada FOB para o grão de qualidade superior, com maior PH, entrega imediata e pagamento em 30 a 45 dias.

Há propostas ainda de R$ 970 a R$ 980 por tonelada para o cereal para ração, para os mesmos prazos. Os vendedores querem R$ 1.250 a R$ 1.260 por tonelada para o produto de qualidade e R$ 1.000 por tonelada para o de qualidade menor. No geral, os moinhos ainda seguem comprando da Argentina, devido aos problemas de qualidade na safra nacional em virtude das fortes chuvas no Sul do País no desenvolvimento das lavouras no ano passado. Ainda assim, de vez em quando, os compradores também buscam o produto nacional para fazer a mistura, mas os negócios que ocorrem são da mão para a boca.

Com a maior entrada de cereal externo, a paridade de importação deve ditar os preços do trigo nacional no curto prazo. Os preços tendem a ganhar alguma sustentação na entressafra, em função da paridade de importação, contudo sem grandes correções positivas visto que o cenário de preços internacionais é deprimido, e, com a qualidade da safra, a baixa procura reduz as exportações. Já para os moinhos, além dos preços elevados, a competição pelo cereal argentino tende a aumentar, com compradores de matéria-prima da região do Mar Vermelho e do Mar Negro buscando diversificar as origens dado o risco logístico pelo conflito no Leste Europeu. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.