23/Jan/2024
As atenções de produtores seguem voltadas às atividades de campo (colheita da safra de verão e cultivo de 2ª safra de 2024, especialmente de milho). Esses agentes realizam vendas de trigo apenas quando há necessidade de “fazer caixa” e/ou de liberar espaço em armazéns. Do lado demanda, apenas compradores que precisam repor estoques estão mais ativos. Assim, as negociações do grão vêm ocorrendo em ritmo lento. Grande parte do volume de trigo colhido no País ano passado foi de baixa qualidade, e isso deve resultar em necessidade de importação de maior quantidade do cereal de qualidade superior. Quanto aos preços, as cotações internas continuam em queda na maioria dos Estados, especialmente no mercado balcão.
Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), os valores registram recuo de 1,05% no Rio Grande do Sul, 0,80% em Santa Catarina e 0,29% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as desvalorizações são de 3,08% no Paraná e de 0,9% em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul e em São Paulo, há avanços, de 1,37% e de 0,5%, respectivamente. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 8 a 12 de janeiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 251,60 por tonelada para o produto posto no Paraná.
Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,87, o cereal importado foi negociado a R$ 1.227,81 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.250,44 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 235,26 por tonelada, o equivalente a R$ 1.148,03 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.247,66 por tonelada na média do Estado. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB apresentam alta de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 246,00 por tonelada. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que, até o dia 17 de janeiro, 97,9% da área argentina havia sido colhida, avanço semanal de 3,6%.
O primeiro vencimento (Março/2023) do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago registra recuo de 0,5% nos últimos sete dias, finalizando a US$ 5,93 por bushel (US$ 217,98 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta desvalorização de 1,2%, a US$ 6,08 por bushel (US$ 223,40 por tonelada). As baixas são relacionadas à expectativa de boa safra de inverno nos Estados Unidos e à alta do dólar, que prejudica negócios norte-americanos. Apesar disso, as bolsas reagiram no final da semana passada, com movimento de correção e aquecimento na demanda. Segundo informações da consultoria russa SovEcon, as exportações da Rússia neste mês podem somar de 3,5 milhões a 4 milhões de toneladas de trigo. Em janeiro de 2023, o volume embarcado foi de 3,9 milhões de toneladas.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de janeiro, o Brasil havia importado 193,23 mil toneladas de trigo, contra 439,98 mil toneladas em todo o mês de janeiro de 2023. Os preços de importação do cereal tiveram média de US$ 247,20 por tonelada FOB origem, 30,6% abaixo dos registrados no mesmo período de 2023 (US$ 356,20 por tonelada). As exportações somam 318,9 mil toneladas no mesmo período, contra 561,52 mil toneladas em janeiro do ano passado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.