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22/Jan/2024

Preços do trigo pressionados e negociações pontuais

A comercialização de trigo continua lenta no mercado doméstico. Com a baixa qualidade da safra do cereal, os moinhos firmam novos negócios e se voltam ao embarque do produto argentino. As principais regiões produtoras registram maior ritmo de entrada de trigo externo. Há uma disparidade de até R$ 100,00 por tonelada entre o produto local e o importado, mas a necessidade da indústria moageira por cereal tipo pão motiva os negócios. No Paraná, cereal importado chega a R$ 1.525,00 por tonelada CIF moinho, enquanto no Rio Grande do Sul há lotes argentinos ofertados a R$ 1.500,00 por tonelada posta no moinho. As vendas, contudo, ocorrem pontualmente, sem sinais de aquecimento no curto prazo. Os moinhos estão comprando porque precisam de cereal melhor para mescla. As vendas de farinha não reagiram ainda.

Na região de Ponta Grossa, o valor pago pelo cereal local apresenta queda nos últimos sete dias. As indicações de moinhos passaram de R$ 1.300,00 por tonelada para entre R$ 1.250,00 e R$ 1.270,00 por tonelada CIF, para entrega em fevereiro e pagamento em março. Há, ainda, indicação de R$ 1.200,00 por tonelada CIF, para entrega em março e pagamento em abril. A efetivação de novos acordos é lenta, com a maior parte dos moinhos já abastecida. Os produtores indicam entre R$ 1.300,00 e R$ 1.400,00 por tonelada. Além de os moinhos já estarem abastecidos, os compradores também têm pouco interesse em participar da comercialização no momento. A expectativa é de novas quedas de preço, na medida em que produtores precisam vender o cereal para liberar espaço para armazenar a soja e o milho da safra de verão (1ª safra 2023/2024) que já estão sendo colhidos.

No Rio Grande do Sul, na região de Santa Rosa, os moinhos indicam entre R$ 1.240,00 e R$ 1.280,00 por tonelada, para o trigo de alta qualidade, com PH entre 77 e 78. A negociação é pontual. A preferência maior é pelo cereal argentino, que passa pelas tradings do País até o Porto de Rio Grande e chega aos moinhos nos níveis de R$ 1.380,00 por tonelada. Tal preferência se deve às dificuldades em relação à qualidade do grão do Estado. Praticamente todo trigo panificação está sendo importado pelas tradings da Argentina. Vale mais a pena importar, pois, além do PH, há outros pontos do trigo como falling number, nível de DON (micotoxina desoxinivalenol) e força do glúten (W) em relação aos quais o cereal nacional tem apresentado alguns problemas. As importações tendem a seguir avançando até meados de maio e junho, segundo moinhos importadores.

Em dezembro, os embarques superaram o volume de novembro, alcançando 396 mil toneladas, 21% menos que o internalizado em igual mês de 2022, de acordo com dados divulgados no Agrostat (sistema de estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro). Os embarques da Argentina estão fluindo normalmente nessa safra. No acumulado do ano, as importações nacionais de trigo recuaram 27% em volume, para 4,181 milhões de toneladas, com desembolso de US$ 1,292 bilhão. Para este ano, com a maior disponibilidade de trigo argentino e menor safra brasileira, a expectativa é de que as importações voltem ao patamar histórico entre 5,5 milhões e 6 milhões de toneladas. A exportação, acompanhando a perspectiva do mercado, diminuiu 23%, para 2,354 milhões de toneladas, com receita de US$ 723,926 milhões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.