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16/Jan/2024

Preços do trigo em baixa e comercialização pontual

Os negócios envolvendo trigo seguem pontuais, e os preços, que iniciaram o ano firmes, estão recuando nos últimos dias. Agentes de moinhos não mostram grande interesse de compra de novos lotes do cereal, já que a demanda por derivados está estável. Do lado produtor, muitos estão focados nas atividades de campo envolvendo a safra de verão (1ª safra 2023/2024). Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), os preços apresentam baixa de 0,77% em Santa Catarina, 0,58% no Paraná e 0,38% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as desvalorizações são de 4,19% em São Paulo, de 2,7% no Rio Grande do Sul, de 1,75% no Paraná e de 0,41% em Santa Catarina. Dados divulgados neste mês pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam altas na produção, consumo e estoques finais globais frente aos dados de dezembro. No caso da produção mundial, os reajustes positivos de janeiro se devem aos aumentos nas colheitas previstas para a Rússia, Arábia Saudita e Ucrânia.

Agora, em comparação à safra anterior, a produção mundial, estimada em 784,9 milhões de toneladas, representa queda de 0,5%, com pressão vinda especialmente da Austrália e do Cazaquistão. O USDA prevê o consumo mundial em 796,4 milhões de toneladas em 2023/2024, elevação de 0,7% frente a 2022/2023 e superior à produção global. Consequentemente, os estoques finais devem somar 260 milhões de toneladas, recuo de 4,2% em relação à temporada anterior e continuando como os menores desde 2015/2016. Em relação aos volumes transacionados internacionalmente, devem somar 213,25 milhões de toneladas em 2023/2024, sendo 2,29 milhões de toneladas acima do divulgado em dezembro, com alta para Austrália, Canadá, Rússia e Ucrânia. Entretanto, representa recuo de 1,3% frente aos da safra 2022/2023 (216,09 milhões de toneladas). Na comparação com a safra anterior, o volume exportado da Austrália caiu 9,83 milhões de toneladas. Contudo, há expectativa de elevação nos embarques da Argentina, que podem somar 4,82 milhões de toneladas na comparação com 2022/2023.

No Brasil, a produção da safra encerrada no final de 2023 foi ajustada para 8,09 milhões de toneladas, queda de 0,6% frente ao apontado em dezembro e de expressivos 23,3% sobre o recorde da temporada anterior, conforme apontam dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de janeiro. Apesar da maior área destinada ao trigo no País em 2023 (de 3,47 milhões de hectares, 12,5% acima da safra anterior), a produtividade foi fortemente reduzida pelo clima desfavorável (para 2,33 toneladas por hectare), 31,8% inferior à temporada 2022. O volume importado foi elevado para 6,2 milhões de toneladas para o período de agosto de 2023 a julho de 2024, aumento de 200 mil toneladas frente ao estimado em dezembro. As exportações foram mantidas em 2 milhões de toneladas no mesmo comparativo. Com a alta no volume importado, a disponibilidade interna subiu 1% em comparação ao relatório anterior e está prevista em 15,04 milhões de toneladas entre agosto/2023 e julho/2024, recuo de 4,8% frente à da safra passada.

O consumo continuou projetado em 12,64 milhões de toneladas, 2% maior que a estimativa da safra anterior (de agosto/2022 a julho/2023). Dessa forma, os estoques finais, em julho/2024, subiram para 393,6 mil de toneladas, 46,8% inferiores aos da safra anterior (740,4 mil toneladas). Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB do trigo apresentam alta de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 245,00 por tonelada. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que, até o dia 10 de janeiro, 94,3% da área argentina havia sido colhida, avanço semanal de 10,6%. O primeiro vencimento (Março/2023) do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago tem queda de 3,2% nos últimos sete dias, a US$ 5,96 por bushel (US$ 218,99 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter registra desvalorização de 2,0% nos últimos sete dias, a US$ 6,15 por bushel (US$ 226,07 por tonelada). As baixas ainda são relacionadas à menor demanda pelo trigo norte-americano e a estimativas do USDA indicando estoques finais globais da safra 2023/2024 acima das expectativas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.