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09/Jan/2024

Tendência é de alta nos preços domésticos do trigo

As cotações do trigo iniciaram o ano em alta no Brasil, mas em queda no mercado internacional. A valorização nacional ainda está relacionada ao menor volume de trigo colhido com boa qualidade (com PH 78). Quanto às negociações, estão lentas, já que muitos moinhos estão retornando às atividades após o recesso do final de dezembro e produtores estão focados nas atividades da safra verão (1ª safra 2023/2024). Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), as elevações nos preços são de 2,05% no Rio Grande do Sul e de 1,05% em Santa Catarina, mas com queda de 1,12% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), são verificadas valorizações de 1,32% em São Paulo, de 1,28% no Rio Grande do Sul, de 0,98% no Paraná e de 0,37% em Santa Catarina.

Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 25 a 29 de dezembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 250,92 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,83, o cereal importado foi negociado a R$ 1.213,67 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.259,76 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 234,59 por tonelada, o equivalente a R$ 1.134,67 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.230,58 por tonelada na média do Estado. Em dezembro, o valor médio do trigo negociado no Paraná foi de R$ 1.281,86 por tonelada, avanço de 1,5% frente ao de novembro, mas queda de expressivos 27,5% em relação ao valor de dezembro/2022, em termos nominais.

No Rio Grande do Sul, a média de dezembro foi de R$ 1.226,52 por tonelada, alta mensal de 1,8%, porém, baixa anual de 21%. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 1.358,70 por tonelada, avanço de 2,9% no mês, mas queda de 20,6% em um ano. Em São Paulo, a média foi de R$ 1.286,73 por tonelada em dezembro, com elevação de 5,8% na comparação com novembro/2023, mas recuo de 30,5% frente a dezembro/2022. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB registram recuo de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 243,00 por tonelada. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que a projeção da safra argentina foi elevada para 15,1 milhões de toneladas, que anteriormente estava estimada em 14,7 milhões de toneladas, com melhora na produtividade.

Em relação às atividades em campo, até o dia 3 de janeiro, 83,7% da área argentina havia sido colhida, avanço semanal de 12,8%. O primeiro vencimento (Março/2023) do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago apresenta baixa de 1,9% nos últimos sete dias, a US$ 6,16 por bushel (US$ 226,34 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem desvalorização de 2,2% nos últimos sete dias, a US$ 6,28 por bushel (US$ 230,75 por tonelada). As quedas estão atreladas à menor demanda pelo trigo dos Estados Unidos e à valorização do dólar, que prejudica negócios norte-americanos. Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em dezembro, chegaram aos portos brasileiros 395,75 mil toneladas de trigo, 23,1% a mais que o volume importado em novembro, mas 20,6% inferior ao de dezembro/2022.

O preço médio FOB origem do cereal importado foi de R$ 1.245,22 por tonelada, baixas de 3% no mês e de 30,6% em um ano. Nos últimos 12 meses, as importações somaram 4,18 milhões de toneladas. Em dezembro, a Argentina forneceu 78% do trigo importado pelo Brasil, seguida por Uruguai (10,75%), Paraguai (7,27%) e Rússia (3,98%). Quanto às exportações, o Brasil embarcou 295,79 mil toneladas de trigo em dezembro, acima do volume embarcado em novembro/2023 (1,14 tonelada), mas abaixo do de dezembro/2022 (534,19 mil toneladas). Em 12 meses (de janeiro/2023 a dezembro/2023), os embarques somaram 2,4 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.