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18/Dec/2023

Preços do trigo estáveis com baixa liquidez no spot

Moinhos abastecidos, baixo volume de trigo nacional de qualidade, dólar em queda, possibilidade de importação da Argentina e proximidade do recesso de fim de ano são os elementos que travam a negociação do cereal no País. Não há relatos de acordos, mesmo com preços firmes. Os produtores que ainda têm trigo tipo pão no silo guardam a colheita no aguardo de valorizações, tendo em vista a forte quebra da safra na Região Sul do Brasil. Os moinhos, precavidos para o fim deste ano e início do próximo, estão atentos no grão da Argentina. No Rio Grande do Sul, a negociação de trigo no spot está parada, com preços estáveis em razão da baixa liquidez.

Os poucos produtores que ainda têm cereal de qualidade não aceitam os preços indicados pelos moinhos, ainda na expectativa de ganhos maiores mais à frente, por causa da quebra de safra. Os moinhos indicam entre R$ 1.100,00 e R$ 1.150,00 por tonelada CIF, para entrega imediata e pagamento em 30 dias, para trigo de qualidade, tipo pão, com PH entre 75 e 76, mas os produtores estão retraídos e só aceitam negociar por no mínimo R$ 1.300,00 por tonelada FOB. Há desacordo sobre preços. O produtor que tem trigo com PH 78 está fora do mercado. Para este tipo de cereal, os compradores indicam R$ 1.200,00 por tonelada CIF, em iguais prazos.

Os moinhos, entretanto, não insistem muito porque estão abastecidos, com estoque suficiente para atravessar o recesso de fim de ano. Além disso, têm a possibilidade de adquirir farinha de trigo da Argentina para mescla. Até a semana passada, o mercado de trigo para ração estava mais movimentado, mas agora também está lento. Enquanto a safra nova apresenta baixa qualidade por causa de intempéries na colheita, o trigo da safra velha, de boa qualidade, também permanece estocado, mas é pouco volume. Assim, a dificuldade de conseguir lotes de qualidade, já que, no Rio Grande do Sul, boa parte da safra 2022/2023 virou grão para ração, levará os moinhos a buscar o cereal argentino mais à frente. Em relação ao trigo futuro, da safra 2024, não há sequer indicações. Como a safra de verão (1ª safra 2023/2024) está atrasada, os produtores aguardam maior definição sobre o quanto vai plantar no inverno.

No Paraná, a proximidade do fim do ano trava os acordos com trigo no spot. Na região de Ponta Grossa, os moinhos estão abastecidos e já entrando em período de recesso. Os moinhos não deixam para comprar trigo entre Natal e Ano-Novo, pois há dificuldades logísticas. A indústria deve estar comprada até janeiro, pelo menos. Até mesmo as propostas mais recentes dos moinhos, referentes ao início da semana passada, já previam embarque a partir de fevereiro. A indicação é de R$ 1.300,00 por tonelada CIF, para entrega em fevereiro e pagamento em março de 2024.

Os vendedores indicam no mínimo R$ 1.350,00 por tonelada FOB, nos mesmos prazos. Outro fator de lentidão no mercado do trigo do Paraná é que os moinhos já estão de olho no produto argentino, que deve entrar em grandes volumes no Brasil no ano que vem, em razão da quebra de safra brasileira. A queda do dólar favorece as importações. Com a baixa liquidez, os preços estão estáveis. Eles haviam subido há alguns dias, com os leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mesmo com a possibilidade de entrada de trigo argentino no País em grande volume, os produtores que ainda dispõem de grão tipo pão também preferem aguardar por nova rodada de alta de preços.

A quebra foi grande no Paraná. Sobre o trigo de baixa qualidade para ração, a negociação também está parada. As indicações mais recentes, do início da semana passada, giravam entre R$ 500,00 e R$ 550,00 por tonelada para o trigo com PH abaixo de 70; entre R$ 750,00 e R$ 780,00 por tonelada para o trigo com PH acima de 72; e para o trigo com PH 75, o preço girava em torno de R$ 800,00 a R$ 900,00 por tonelada, com vendedor indicando R$ 1.000,00 por tonelada. As negociações do trigo futuro, da safra 2024, também estão travadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.