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05/Dec/2023

Tendência indica estabilização dos preços do trigo

Os preços do trigo se enfraqueceram no encerramento de novembro, depois de terem registrado altas representativas ao longo do mês passado. O recuo nos valores está atrelado à entrada de trigo argentino competitivo no Brasil, e novos volumes devem chegar em janeiro. Além disso, com a proximidade do final do ano, agentes de moinhos começam a diminuir o ritmo de aquisição de novos lotes. Os produtores, por sua vez, ofertam baixos volumes, com expectativas de maiores preços de negociação para trigo tipo 1 no ano que vem. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), as desvalorizações são de 5,33% no Paraná e de 1,98% em Santa Catarina, com alta de 1,71% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), são verificadas baixas de 3,43% no Rio Grande do Sul, de 1,16% no Paraná e de 0,28% em Santa Catarina, com elevação de 0,96% em São Paulo.

Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 20 a 24 de novembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 256,90 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,88, o cereal importado foi negociado a R$ 1.255,36 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.333,46 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 240,27 por tonelada, o equivalente a R$ 1.174,06 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.241,20 por tonelada na média do Estado. Em novembro, o valor médio do trigo negociado no Paraná foi de R$ 1.263,13 por tonelada, avanço de expressivos 22,1% frente ao de outubro, mas queda de 31,1% em relação ao preço médio de novembro/2022, em termos nominais.

No Rio Grande do Sul, a média de novembro foi de R$ 1.204,65 por tonelada, alta mensal de 11,5%, porém baixa anual de 25,2%. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 1.320,30 por tonelada, avanço de 9% no mês, mas queda de 25,3% em um ano. Em São Paulo, a média foi de R$ 1.216,52 por tonelada em novembro, com elevação de 8,2% na comparação com outubro/2023 e baixa de 35,3% frente a novembro/2022. Segundo a Conab, até o dia 25 de novembro, a colheita somava 96,5% da área nacional. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS estima que a colheita havia atingido 98% da área até o dia 30 de novembro, avanço semanal de 5%, com baixa qualidade dos grãos. O Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) divulgou que a safra de trigo do Paraná somou 3,65 milhões de toneladas, queda de 980 mil toneladas na comparação ao potencial produtivo, em decorrência do elevado volume de chuva no estado, por conta do fenômeno climático El Niño deste ano. As precipitações também prejudicaram a qualidade.

Apesar disso, a produção ainda foi 4% maior que a da temporada passada, de 3,52 milhões de toneladas, devido à maior área. O primeiro vencimento (Dezembro/2023) do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago, registra alta de 5,1% nos últimos sete dias, a US$ 5,77 por bushel (US$ 212,01 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta valorização de 7,1%, a US$ 6,45 por bushel (US$ 237,00 por tonelada). As altas estão relacionadas ao maior volume exportado pelos Estados Unidos, à piora das lavouras da Austrália e à redução da safra da Rússia em 2024. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB do trigo acumulam alta de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 244,00 por tonelada. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que, até o dia 29 de novembro, 36,4% da área argentina havia sido colhida, avanço semanal de 10%. Nos Estados Unidos, a semeadura da safra de trigo inverno foi finalizada, e, até o dia 26 de novembro, pouco mais de 90% da área havia emergido.

Em relação às condições em campo, 50% estão boas/excelentes; 35%, regulares; e 15%, ruins, uma melhora em comparação com a semana anterior. De acordo com a SovEcon, a safra 2024 de trigo da Rússia deverá ser de 89,8 milhões de toneladas, redução frente a 2023, que está prevista em 91,5 milhões de toneladas. Contudo, ainda é superior à média dos últimos cinco anos (86,4 milhões de toneladas). Assim, a Rússia deverá continuar como importante exportador global da commodity. De acordo com dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos 20 dias úteis de novembro, as importações somaram 321,43 mil toneladas, contra 316,33 mil toneladas em novembro/2022. O preço médio de importação em novembro/2023 foi de US$ 262,10 por tonelada FOB origem, 31,4% abaixo do registrado no mesmo mês de 2022 (de US$ 382,10 por tonelada). Quanto às exportações, o Brasil não vendeu trigo em novembro deste ano. Em todo o mesmo mês do ano passado, o País exportou 71,96 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.