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28/Nov/2023

Preços do trigo seguem em alta no mercado interno

A colheita de trigo está avançando no Brasil e se aproximando da finalização. Entretanto, grande parte do trigo que está sendo colhido na Região Sul, principal produtora do País, apresenta baixa qualidade, devido ao elevado volume de chuvas. O clima desfavorável também deve reduzir a disponibilidade interna do produto. Com isso, as cotações internas do cereal seguem em alta no Brasil em novembro. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 18 de novembro, a colheita somava 94,2% da área nacional. No Paraná, as atividades já foram finalizadas, de acordo com informações do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). No Rio Grande do Sul, a Emater-RS estima que a colheita havia atingido 93% da área até o dia 23 de novembro, avanço semanal de apenas 4%. As chuvas no Estado continuam dificultando o avanço das atividades e prejudicando a qualidade do trigo que ainda está no campo. Na última semana, a alta mais representativa nas cotações foi registrada para regiões de Santa Catarina.

Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), as valorizações são de 5,23% em Santa Catarina, de 2,84% no Paraná e de 1,77% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), são verificadas altas de 3,98% no Rio Grande do Sul, de 3,48% em Santa Catarina, de 1,62% em São Paulo e de 1,32% no Paraná. Tomando-se como base dados da Conab, de 13 a 17 de novembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 256,07 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,88, o cereal importado foi negociado a R$ 1.250,45 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.295,38 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 239,48 por tonelada, o equivalente a R$ 1.169,43 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.199,12 por tonelada na média do Estado.

Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Dezembro/2023) do trigo Soft Red Winter registra recuo de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 5,48 por bushel (US$ 201,63 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta desvalorização de 2,6%, a US$ 6,02 por bushel (US$ 221,20 por tonelada), sendo o menor valor de um primeiro vencimento deste ano. Apesar do ataque ao porto ucraniano de Odessa na última semana, as cotações semanais cederam, diante do baixo volume exportado pelos Estados Unidos. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB do trigo acumulam baixa de 2% nos últimos sete dias, a US$ 243,00 por tonelada. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que, até o dia 22 de novembro, 26,4% da área argentina havia sido colhida, avanço semanal de 6,2%. A condição hídrica de 58% da área está ótima/adequada; 41%, regular/seca e apenas 1% em excesso, com piora frente à semana anterior.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a semeadura da safra de trigo inverno norte-americana atingiu 95% da área até o dia 19 de novembro, abaixo do mesmo período do ano passado (98%) e da média dos últimos cinco anos (96%). Destes, 87% já emergiram. Em relação às condições em campo, 48% estão boas/excelentes; 35%, regulares; e 17%, ruins. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de novembro, o Brasil havia importado 186,99 mil toneladas de trigo, contra 316,33 mil toneladas em todo o mês de novembro de 2022. Os preços de importação do cereal tiveram média de US$ 265,9 por tonelada FOB origem, 30,4% abaixo dos registrados no mesmo período de 2022 (US$ 382,10 por tonelada). No último leilão realizado pela Conab, que ocorreu no dia 23 de novembro, foram comercializadas 31,92 mil toneladas de trigo, somando Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) e PEP (Prêmio para o Escoamento de Produto). Este volume é considerado baixo, pois a oferta total era de 329,85 mil toneladas. O próximo leilão ocorrerá dia 30 de novembro. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.