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21/Nov/2023

Preços do trigo estão em alta no mercado doméstico

As chuvas frequentes e em grande intensidade na Região Sul do País seguem prejudicando a qualidade e o volume de trigo previsto para ser colhido na atual safra. Na Argentina, estimativas são novamente reajustadas negativamente. Esse cenário mantém os preços do cereal em recuperação no mercado brasileiro. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 11 de novembro, a colheita somava 87,2% da área nacional. No Paraná, as atividades estão praticamente finalizadas, de acordo com informações do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). No Rio Grande do Sul, a Emater-RS estima que a colheita havia atingido 89% da área até o dia 16 de novembro, avanço semanal de 7%. A qualidade de grande parte dos grãos está baixa (PH inferior a 78). A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu a estimativa de safra de trigo da Argentina para 14,7 milhões de toneladas, em decorrência de geadas.

Até o dia 15 de novembro, 20,2% da área argentina havia sido colhida, avanço semanal de 5,8%. Nos Estados Unidos, a semeadura da safra de trigo inverno atingiu 93% da área até o dia 12 de novembro, abaixo do mesmo período do ano passado (95%), porém, igual à média dos últimos cinco anos, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Destes, 81% já emergiram. No Brasil, os preços sobem com mais intensidade no Paraná. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), as valorizações são de 8,67% no Paraná, de 4,54% em Santa Catarina e de 4,51% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), são verificadas altas de 6,29% no Paraná, de 4,14% em Santa Catarina, de 2,06% no Rio Grande do Sul e de 1,84% em São Paulo.

Tomando-se como base dados da Conab, de 6 a 10 de novembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 261,57 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,89, o cereal importado foi negociado a R$ 1.280,22 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.181,83 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 244,68 por tonelada, o equivalente a R$ 1.197,55 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.165,67 por tonelada na média para o Estado. O primeiro vencimento (Dezembro/2023) do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago registra recuou de 4,3% nos últimos sete dias, finalizando a US$ 5,50 por bushel (US$ 202,37 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem desvalorização de 3,4% no período, a US$ 6,18 por bushel (US$ 227,08 por tonelada).

O recuo dos preços ocorre devido à baixa demanda do trigo norte-americano. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB permanecem estáveis nos últimos sete dias, a US$ 248,00 por tonelada. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de novembro, o Brasil havia importado 112,08 mil toneladas de trigo, contra 316,32 mil toneladas em todo o mês de novembro de 2022. Os preços de importação do cereal tiveram média de US$ 261,90 por tonelada FOB origem, 31,4% abaixo dos registrados no mesmo período de 2022 (US$ 382,10 por tonelada). No leilão realizado no dia 14 de novembro, realizado pela Conab, foram comercializadas 64,5 mil toneladas de trigo, somando Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) e PEP (Prêmio para o Escoamento de Produto). Somando os três leilões, foram negociadas 424 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.