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17/Nov/2023

Revisada projeção da safra brasileira de trigo 2023

A StoneX revisou para baixo sua estimativa de produção brasileira de trigo no ciclo 2023/2024. A temporada deve ter uma quebra de cerca de 1,22 milhão de toneladas, em relação ao número divulgado em outubro, passando de 10,5 milhões de toneladas, para atuais 9,28 milhões de toneladas. Além de cortes expressivos no Rio Grande do Sul, a consultoria destacou complicações nos estados de Santa Catarina e Paraná, que devem contribuir para a oferta apertada. As chuvas contínuas no Rio Grande do Sul irão prejudicar a qualidade de grande parte do que será colhido; situação que se repete na região oeste de Santa Catarina, que deve ter uma colheita tardia em relação aos seus vizinhos. No Paraná, a situação também é delicada. A região centro-sul do Estado, Campos Gerais, teve chuvas com volumes elevados a partir do momento de início da colheita, além de alagamentos que colaboraram para a redução do potencial de produção desta área.

Em virtude dos cortes previstos na oferta, principalmente no que diz respeito à qualidade do cereal, o Rio Grande do Sul não deverá cumprir suas entregas para outros Estados do País. Os preços elevados dificultam a transferência de oferta do Paraná, mas os leilões de subvenção podem colaborar para o envio desta oferta para demais regiões. Destaca-se que o Rio Grande do Sul já comprou cerca de 100 mil toneladas de trigo do Paraná. Com o ajuste no balanço de oferta, há necessidade de aumento das importações. A Região Nordeste, que tem menos acesso a um trigo de qualidade em relação à Região Sul, deverá buscar mais trigo no mercado internacional; enquanto a Região Sul também necessitará volumes consideráveis de importação, por causa da baixa oferta de trigo de qualidade superior. O Brasil, portanto, volta a um nível de importação próximo da média dos últimos cinco anos, acima de 6 milhões de toneladas.

No entanto, nos últimos anos em que o País importou estes volumes, a produção consolidou-se abaixo dos 6 milhões de toneladas. Em relação às exportações, foi mantida a estimativa em 1,86 milhões de toneladas. O mercado busca escoar grande parte deste trigo de qualidade inferior, destinado a ração, para o mercado internacional, que possui preços competitivos e demanda no exterior. Ainda assim, há preocupações quanto à logística e a disponibilidade de janela portuária, considerando os volumes recordes de exportação de soja por Rio Grande e de milho pelo Paraná. Novos ajustes e cortes não estão afastados, considerando preços mais elevados, margens apertadas e eventual aumento da demanda pelo consumo de trigo para ração, o que dependerá de uma reação mais substancial dos preços do milho no mercado doméstico. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.