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14/Nov/2023

M. Dias Branco: cenário é positivo para 4º trimestre

A M. Dias Branco espera um quarto trimestre com ampliação no volume de vendas em relação a igual período do ano passado, mas não superior ao terceiro trimestre deste ano. No último trimestre, a companhia comercializou 450,5 mil toneladas, queda de 6,6% em relação a igual período de 2022. O quarto trimestre, via de regra, é mais desafiador que o terceiro trimestre porque tem maior competição com itens natalinos e costuma sofrer mais em volumes. Neste ano, o quarto trimestre deve ser melhor que o do ano passado em virtude de ações de vendas com os varejistas, mas não deve ser melhor que o terceiro trimestre. Os volumes vendidos estão estáveis.

A retração observada no último trimestre deve-se a um movimento de redução de dias de estoque pelos varejistas em virtude do alto custo financeiro. Conforme com dados da Neogrid, que monitora dados de varejo, o estoque de biscoitos da empresa nos varejistas passou de 42 dias no terceiro trimestre de 2022 para 34 dias no terceiro trimestre deste ano, enquanto o de massas diminuiu de 44 dias para 39 dias na mesma base comparativa. O mercado continua flat. Não há nem aumento expressivo e nenhuma retração por parte do consumidor final. Estão em curso ações com varejistas para recompor estoques, o que pode ter efeito nos resultados do quatro trimestre.

As ações citadas referem-se à maneira de usar o próprio caixa da fabricante para recompor volumes junto aos varejistas. Tanto no quarto trimestre quanto no próximo ano, a empresa prevê aumento no volume vendido e diluição do custo fixo. Olhando não somente o quarto trimestre, mas também à frente, haverá maior utilização da capacidade de produção, com upside de volume e diluição do custo fixo. Essa retração de estoque do varejo não é um novo normal, porque gera rompimento nas vendas. Há expansão do mercado e expansão orgânica da empresa. Deve haver melhoria de volume em relação aos últimos dois anos. Se a estratégia da fabricante junto ao varejo der certo, haverá aumento da produção da companhia e diluição dos custos fixos, o que pode contribuir para os resultados do último trimestre do ano.

Ainda para o quarto trimestre, pode haver melhora na participação de mercado da empresa ao fim do período. A empresa tem capacidade produtiva e caixa para avançar em novos mercados. Alguns concorrentes estão mais agressivos, basicamente em massa comum no mercado da Região Nordeste com a alavanca de preço. A empresa está atuando para ganhar mercado com cautela para não haver perda de margem. Após um ano voltada à integração interna de seus negócios, especialmente as empresas adquiridas nos últimos dois anos, a M. Dias Branco deve olhar para novas fusões e aquisições (M&As) no mercado brasileiro em 2024. A empresa deve usar o caixa elevado gerado para futuras oportunidades de M&As. Passou a fase de integração, agora é escalar o volume das empresas adquiridas.

No próximo ano, haverá mais tempo de olhar oportunidades no mercado brasileiro. A fábrica no Uruguai, a Las Acacias, deve atuar, além de massas, com biscoitos. Em 2024, haverá investimento maior nas novas marcas, como Jasmine para suportar a expansão. O atual nível de caixa e de alavancagem da M. Dias fornece capacidade para a companhia fazer novas transações. Em algumas regiões ainda não há a cobertura ideal, como nas Regiões Norte e Nordeste. A M. Dias não podemos deixar de aproveitar oportunidades mesmo com múltiplos mais altos (valor de negócio) de alguns acordos com possibilidade de sinergia, como foi com a Piraquê. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.