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13/Nov/2023

Preços do trigo estão em alta com quebras na safra

Os preços do trigo estão em alta nas regiões produtoras do País, em função da dificuldade de se encontrarem lotes de qualidade. As chuvas intensas que caíram tanto no Paraná quanto no Rio Grande do Sul nas últimas semanas fizeram com que o trigo ainda no campo ficasse abaixo do padrão para panificação, restando seu uso apenas para ração. Assim, quem colheu trigo bom antes dos temporais agora aproveita para subir as pedidas. Os leilões de PEP e Pepro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também contribuíram para a alta de preços, especialmente no Paraná, onde bons lotes foram leiloados. Mesmo assim, a negociação do cereal no Estado é ainda pontual. Nesta semana, o mercado deve evoluir, com a alta de preços.

Cerca de dois meses antes dos leilões, a média de preços para o trigo de boa qualidade na região norte do Paraná estava em R$ 950,00 por tonelada CIF e, nos Campos Gerais, a R$ 1.100,00 por tonelada CIF. O norte do Paraná vendeu bastante trigo a R$ 950,00 por tonelada. Havia trigo excedente no Paraná para vender no Rio Grande do Sul. Mas, o cenário mudou com o excesso de chuvas, que impactou na qualidade do trigo do Paraná e provocou quebras de safra em todas as regiões produtoras, seja por doenças ou pela perda de qualidade do grão. Agora, os compradores indicam entre R$ 1.300,00 e R$ 1.350,00 por tonelada CIF colocada no moinho, para entrega imediata e pagamento no fim de dezembro. Os produtores, porém, já indicam entre R$ 1.350,00 e R$ 1.400,00 por tonelada FOB, nos mesmos prazos.

O vendedor que tem trigo de boa qualidade não vai ceder. Na região oeste do Paraná, a safra quebrou uns 30% por causa de brusone e, nos Campos Gerais, com a colheita ainda em andamento, a perda deva alcançar 50%. Nem metade da safra foi colhida e, com duas semanas seguidas de chuva, tem até trigo brotando na espiga na lavoura, por isso a alta de preços. Agora, o que será colhido é apenas triguilho, aproveitável apenas para ração. O único ponto de atenção é a safra da Argentina e as quedas repetidas do dólar ante o Real na semana passada, que beneficiam as importações do grão do país vizinho. Quanto ao trigo futuro, da safra 2024, na região dos Campos Gerais não há sequer indicação de preços. A safra da Argentina deve ser boa este ano, então vai ter oferta. O cereal argentino começa a chegar em maiores volumes no Brasil entre janeiro e fevereiro.

No Rio Grande do Sul, na região de Ijuí, a comercialização no spot patina. Os vendedores estão ausentes da negociação. Como a safra terá quebra e qualidade ruim, o produtor prefere segurar o grão de qualidade. A expectativa é de uma safra de 3 milhões de toneladas, sendo que apenas 40% poderão ser aproveitados pelos moinhos; o restante vai para ração. Cerca de 20% das 3 milhões de toneladas esperadas já foram vendidos, mas a maioria tipo ração para exportação. Desta forma, o preço do trigo apresenta forte alta no spot do Rio Grande do Sul. As indicações de compra alcançam R$ 1.300,00 por tonelada no interior do Estado, valor estável nos últimos sete dias, mas acima dos R$ 1.150,00 por tonelada há um mês. Os leilões de PEP e Pepro da Conab tiveram pouco efeito para o trigo do Rio Grande do Sul, porque a colheita está em andamento, está com qualidade ruim, sendo praticamente só ração. A comercialização de trigo nos leilões da Conab atendeu apenas 142.457 toneladas, de um total de 300 mil ofertadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.