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07/Nov/2023

Tendência é de alta dos preços domésticos do trigo

O clima segue adverso nas principais regiões produtoras brasileiras de trigo, contexto que mantém os produtores em alerta. Na Argentina, importante produtor do cereal, a seca que atingiu parte das lavouras da atual temporada reduziu a produção local e deve limitar o volume disponível para exportação. Estimativa divulgada neste mês pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica que a produção na Argentina deve somar 14,5 milhões de toneladas, 2 milhões de toneladas a menos que a previsão de outubro. Com essa redução, as exportações devem ser 10 milhões de toneladas, também abaixo das 10,5 milhões estimadas em outubro. Diante desse cenário, os preços do cereal estão em alta, e agentes têm expectativa que o movimento de recuperação siga firme nas próximas semanas. Nestes primeiros dias de novembro, as médias de negociação no Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina estão superiores às de outubro.

Ressalta-se que, no Paraná, as médias mensais vinham registrando consecutivas quedas desde dezembro de 2022. Nos últimos sete dias, especificamente, no mercado de lotes (negociações entre empresas), observa-se altas de 1,3% em São Paulo, de 0,43% no Paraná e de 1,8% em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, as cotações apesentam recuo, de 1,7%. No mercado de balcão (preços pago ao produtor), as valorizações são de 2,65% no Rio Grande do Sul, de 7,8% no Paraná e de 3,5% em Santa Catarina. Apesar das chuvas, os trabalhos de campo seguem avançando, e a média nacional colhida até o dia 29 de outubro é de 67% segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), restando apenas os três Estados da Região Sul do País para finalizarem a colheita. A Emater-RS relata que, até o dia 1º de novembro, 58% da área do Rio Grande do Sul havia sido colhida, forte avanço semanal de 15%. À medida que as atividades progridem, a qualidade e a produtividade esperadas inicialmente recuam. Do trigo que está no campo, 40% estão em fase de maturação e 2%, em enchimento de grãos.

Informações da Conab indicam que, até 29 de outubro, 18% da área havia sido colhida em Santa Catarina. No Paraná, a colheita havia alcançado 89% da área até o dia 30 de outubro, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Das lavouras que ainda se desenvolvem, 42% apresentavam condições boas; 44%, médias; e 14%, ruins, novas quedas em comparação à semana anterior. Nos Estados Unidos, os futuros iniciaram a semana passada em queda, pressionados pelo retorno das chuvas no estado do Kansas, que auxiliaria na melhora da umidade dos solos, e por precipitações benéficas na Argentina e na Austrália. No entanto, as estimativas divulgando cortes na produção da Argentina estão dando suporte aos futuros. Assim, nos últimos sete dias, o primeiro vencimento (Dezembro/2023) do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago registra leve recuo de 0,5%, a US$ 5,72 por bushel (US$ 210,36 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta valorização de 0,1%, a US$ 6,43 por bushel (US$ 236,45 por tonelada).

Na Argentina, nos últimos sete dias, os preços FOB do Ministério da Agroindústria registram queda de 6,1%, a US$ 294,00 por tonelada. Em relatório divulgado no dia 1º de novembro, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontou que, até a data, 9,3% da área argentina havia sido colhida, avanço semanal de 2,5%. Apesar do retorno das chuvas, estas foram insuficientes para reduzir os danos das secas e das geadas. Assim, a estimativa de produção de 15,4 milhões de toneladas, contra 16,2 milhões da projeção anterior. No intuito de auxiliar produtores brasileiros, leilões nos mecanismos de PEP (Prêmio para o Escoamento de Produto) e Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) foram realizados no dia 31 de outubro, sendo comercializadas 199,85 mil toneladas das 309,6 mil toneladas ofertadas, representando 64,5% do total. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.