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16/Oct/2023

Preços do trigo estáveis com foco nas perdas do Sul

As chuvas contínuas e intensas nos Estados produtores da região Sul têm gerado cautela no mercado doméstico de trigo e receio crescente quanto ao comprometimento da safra. Com as condições climáticas adversas para a colheita e os reportes de perdas de rendimento e qualidade, produtores seguem retraídos da comercialização e voltados ao desenvolvimento das lavouras. Além disso, os valores propostos pelos moinhos não atraem vendedores, que acreditam que uma safra menor poderá impulsionar os preços mais adiante. No Paraná, na região dos Campos Gerais, com a chuvarada e um ciclone que ocorreu na região, o produtor está retraído e não quer vender porque não sabe o quanto irá colher nem qual será a qualidade. Haverá perdas, mas ainda não é possível mensurar. Os moinhos mantêm a proposta de compra em R$ 1.000 por tonelada FOB com retirada imediata - estável em relação às últimas semanas.

Como as chuvas estragaram parte do trigo, o vendedor nem fornece pedida. As fábricas estão abastecidas até meados de janeiro e fevereiro do próximo ano. As previsões climáticas apontam para volume expressivo de chuva nos próximos dias, sobretudo nos Campos Gerais e o centro-sul do Estado, o que aumenta a preocupação com o excesso de umidade no campo. O Paraná colheu 73% da área plantada, mas os trabalhos de campo foram interrompidos em virtude das chuvas intensas e dos ventos fortes, assim como os controles fitossanitários nas lavouras. Já foram observados acamamentos em lavouras e as doenças fúngicas limitam o alcance do potencial produtivo inicialmente estimado. A estimativa de colheita de 4,16 milhões de toneladas tende a ser reduzida no levantamento da safra a ser conhecido no fim de outubro.

Cerca de 380 mil hectares com trigo ainda não foram colhidos, sendo que mais da metade (54%) desta área está em maturação, fase em que as chuvas podem prejudicar a qualidade do produto a ser colhido. A outra parte está em enchimento de grãos e novas chuvas apenas aumentam a possibilidade de doenças, pois a umidade do solo já era suficiente para a granação ocorrer a contento. Os efeitos dessas chuvas ainda não são totalmente conhecidos, porém ocasionaram o rebaixamento das condições das lavouras a campo. No Rio Grande do Sul, na região de Ijuí, a comercialização no spot ocorre lentamente, em virtude da falta de acordo entre preços entre produtor e comprador e também das incertezas com o tamanho da safra. A estimativa é que 340 mil toneladas da safra foram comercializadas, equivalente a 10% da produção estimada, o que é muito pouco.

Do montante já vendido, 155 mil toneladas do tipo pão foram destinadas à exportação, outras 135 mil toneladas do tipo ração estão asseguradas para embarques e 50 mil toneladas do tipo pão já foram travadas por moinhos. Os preços oferecidos por moinhos estão muito aquém dos pedidos pelos vendedores. Para trigos de qualidade superior, o comprador propõe R$ 1.000 por tonelada FOB no interior do Estado com retirada neste mês e R$ 1.160 por tonelada CIF Porto de Rio Grande com entrega em meados de novembro. Para cereal tipo ração, as propostas giram em torno de R$ 1.020 por tonelada CIF porto para embarque em novembro. Os preços caíram cerca de R$ 50 por tonelada na última semana. A estimativa é que 12% das lavouras gaúchas já foram colhidas, especialmente nas Missões e na região de Santa Rosa, onde a colheita atinge 30% da área plantada. A previsão de colheita de 3,5 milhões de toneladas tende a ser cortada em virtude das chuvas adversas. A Emater/RS estima perdas variáveis de 10% a 30% nas lavouras conforme a região do Estado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.