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10/Oct/2023

Preço do trigo segue recuando no mercado interno

O clima adverso na Região Sul do Brasil nas últimas semanas deve ter efeitos negativos sobre o volume e a qualidade do trigo colhido nesta temporada. Além das reduções já estimadas para o Paraná, quedas ainda mais acentuadas são esperadas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. No entanto, na última semana, o clima no Rio Grande do Sul favoreceu o avanço da colheita e o desenvolvimento das lavouras. Com isso, a liquidez no mercado segue lenta, com os agentes aguardando o avanço da colheita e avaliações das condições das lavouras. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 1º de outubro, a colheita havia sido finalizada em Mato Grosso do Sul; em Minas Gerais, o total colhido somava 98,5%; na Bahia, 90%; em Goiás, 85%; no Paraná, 60%; em São Paulo, 50%; em Santa Catarina, 3%; e no Rio Grande do Sul, 1%.

No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) informou que, com os preços atuais em baixos patamares, apenas 1/3 do volume colhido no Estado foi comercializado, quantidade inferior à do mesmo período do ano passado, que superava os 50%. Até o dia 2 de outubro, a colheita no Paraná somava 69% da área. Do que ainda está no campo, 78% estão em boas condições; 17%, em condições médias; e 5%, ruins. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, 3% das lavouras do estado tinham sido colhidas até o dia 5 de outubro, com as atividades favorecidas pela redução das chuvas. Nos últimos sete dias, o valor no mercado e balcão (preço pago ao pago ao produtor) registra recuo de 2,25% no Rio Grande do Sul e 0,23% no Paraná, mas alta de 1,48% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações apresentam queda de 3,88% no Rio Grande do Sul, 3,37% no Paraná e 1,58% em São Paulo, mas aumento de 0,9% em Santa Catarina.

Tomando-se como base dados da Conab, de 25 a 28 de setembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 314,67 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,00, o cereal importado foi negociado a R$ 1.574,21 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.005,68 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 294,91 por tonelada, o equivalente a R$ 1.475,33 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.097,60 por tonelada na média do Estado. Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2023 do Soft Red Winter registra avanço de 4,9% nos últimos sete dias, a US$ 5,68 por bushel (US$ 208,80 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter tem valorização de 1,5% no mesmo período, para US$ 6,73 por bushel (US$ 247,56 por tonelada). As altas estão atreladas à intensificação dos ataques da Rússia à Ucrânia.

No Porto de Buenos Aires, as cotações FOB do trigo apresentam recuo de 1% nos últimos sete dias, a US$ 300,00 por tonelada. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta que, até o dia 1º de outubro, a colheita do trigo de primavera havia sido finalizada nos Estados Unidos. Em relação à safra de inverno, 40% haviam sido semeados até a mesma data, e 15% haviam emergido. Quanto aos embarques do cereal, na última semana de setembro, o país exportou 273,1 mil toneladas da safra 2023/2024. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que as condições das lavouras nacionais pioraram na última semana, devido à falta de chuvas em algumas áreas produtivas e à ocorrência de geadas em outras regiões do país.

Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em setembro, chegaram aos portos brasileiros 409,46 mil toneladas de trigo, 46,5% a mais que o volume importado em agosto e aumento de 9,7% em relação a setembro/2022. O preço médio FOB origem do cereal importado foi de R$ 1.378,95 por tonelada, baixas de 5,1% no mês e de 39,6% em um ano. Nos últimos 12 meses, as importações somaram 4,29 milhões de toneladas. Em setembro, a Rússia forneceu 60,04% do trigo importado pelo Brasil, seguida por Argentina (24,29%), Uruguai (7,32%), Canadá (5,66%) e Paraguai (2,69%). Quanto às exportações, o Brasil embarcou apenas 855,07 toneladas de trigo em setembro, abaixo do volume embarcado em agosto/2023 (1,31 mil toneladas), mas acima do de setembro/2022 (369,78 toneladas). Em 12 meses (de outubro/2022 a setembro/2023), os embarques somaram 2,7 milhões de toneladas, das quais 2,1 milhões de toneladas foram escoadas neste ano. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.