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09/Oct/2023

Preços do trigo estão em alta no mercado interno

As incertezas com a qualidade e com o tamanho da safra brasileira de trigo, sobretudo a do Rio Grande do Sul, crescem no mercado e limitam a efetivação de novos acordos. A Emater-RS já prevê perdas do potencial produtivo de 10% a 20% conforme a região produtora do Estado, em virtude das chuvas contínuas e dos fungos que se propagam nas lavouras. Neste cenário, os preços do cereal sobem em algumas regiões produtoras. Na região de Ijuí, o valor pago pelo trigo registra aumento de R$ 100,00 por tonelada nos últimos sete dias. No Paraná, na região nos Campos Gerais as cotações apresentam alta de R$ 50,00 por tonelada no mesmo comparativo. Mesmo com aumento pontual dos preços, prevalece a baixa liquidez no mercado do Paraná. O Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) estima que os produtores comercializaram somente um terço da safra colhida. Em igual período da temporada passada, mais da metade da produção recém-colhida já havia sido vendida. Na região Campos Gerais, diferentemente do norte e do oeste do Paraná, onde a colheita do trigo já foi concluída, a retirada do cereal do campo está começando.

Em Ponta Grossa, os produtores estão voltados aos trabalhos de campo. Os moinhos da região indicam, em média, R$ 1.000,00 por tonelada CIF, para entrega para outubro e pagamento no fim de novembro ou entrega em novembro e pagamento em dezembro, alta de R$ 50,00 por tonelada nos últimos sete dias. Mesmo com a valorização do cereal, o vendedor tende a esperar a conclusão da colheita para avaliar a qualidade do cereal e se haverá ou não quebra na produção. Quem colheu com qualidade 20% ou 30% melhor do que o ano passado está esperando. O Deral/Seab reduziu em 300 mil toneladas de trigo de sua estimativa por causa da brusone (doença). O volume menor colhido e os preços mais baixos podem afetar os produtores, que na média gastaram R$ 1.300,00 por tonelada para produzir. Além disso, os triticultores ainda podem enfrentar problemas com falta de espaço para armazenagem, uma vez que há muita soja e milho guardados na região. Os produtores aguardam a possibilidade de realização de leilões de PEP e Pepro de trigo, já que os valores de mercado estão abaixo do Preço Mínimo de garantia ao produtor, que é de R$ 1.463,00 por tonelada. Os editais do governo, apesar da promessa, ainda não foram publicados. Se vierem tarde, não terão grande efeito para os produtores.

No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, as negociações com o cereal no spot estão praticamente paradas. Os compradores indicam entre R$ 62,00 e R$ 64,00 por saca de 60 Kg, ou entre R$ 1.000,00 e 1.050,00 por tonelada (valor um pouco abaixo dos R$ 1.080,00 e R$ 1.130,00 por tonelada ofertados na semana passada), para com entrega imediata e pagamento para 30 dias. Os vendedores estão pedindo entre R$ 1.150,00 e 1.200,00 por tonelada FOB, então o mercado está parado. Os moinhos estão trabalhando em uma zona de conforto, pressionando os preços para baixo para poderem barganhar com os vendedores. Da mesma forma que no Paraná, a preocupação é com a qualidade do cereal. A questão é saber se haverá oferta de trigo de boa qualidade para a indústria. Este foi um ano com muitas chuvas e doenças. Se o trigo não confirmar a qualidade, os moinhos terão que comprar o produto na Argentina. Se a qualidade for boa, a indústria terá que pagar o preço dos produtores. Na safra passada, o trigo chegou a bater R$ 2.000,00 por tonelada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.