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02/Oct/2023

Preço do trigo e a importância do mercado financeiro

Segundo a Aliança Agrícola do Cerrado, do Grupo Sodrugestvo, para que o preço do trigo suba é necessário um suporte do mercado financeiro. Fatores como juros globais altos, inflação persistente e índice de dólar fortalecido contribuem para pressionar os preços do cereal. O mercado de capitais influencia bastante na formação dos preços. As commodities negociadas nas Bolsas, como Chicago, Matif (Euronext) e todas mais, estão bastante pressionadas no momento e sem muita perspectiva desse cenário se alterar. No caso do trigo, ainda sob uma perspectiva baixista, pode-se citar a oferta fortalecida de trigo da Rússia, país que continua como um dos principais vendedores, recuperação na produção Argentina, que deve ganhar mais espaço no mercado, e intervenções de governo de diversos países na comercialização do grão.

Do lado altista, estão estoques mais apertados para o mercado global, possibilidade de a Índia retomar importações e manutenção da China como importadora de peso. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a expectativa é de que as exportações da Rússia cresçam de 33 milhões de toneladas em 2021/2022 para 46 milhões de toneladas em 2022/2023 e 49 milhões de toneladas em 2023/2024, esta última 1 milhão de toneladas maior do que o previsto há um mês. Ao todo, o país deve produzir 85 milhões de toneladas. Em setembro, a estimativa para exportação no mês era de 4,338 milhões de toneladas, ante 5,309 milhões de toneladas em agosto e 4,018 milhões de toneladas em julho deste ano. Para a Argentina, a estimativa é que o país retome sua produção após uma severa quebra de safra. A estimativa de exportação para 2023/2024 é de 11,5 milhões de toneladas ante 4,5 milhões de toneladas em 2022/2023.

Ainda, o trigo argentino deve se manter competitivo durante o ano todo para o Brasil. Em contrapartida, estoques mais apertados podem limitar quedas de preço. As projeções do USDA e da StoneX para estoques de 2023/2024 diminuíram 1,18 milhão de toneladas de agosto para setembro, de 268,31 milhões de toneladas para 267,13 milhões de toneladas. Também houve uma redução na expectativa de produção, passando de 793,37 milhões de toneladas para 787,34 milhões de toneladas. No caso do Brasil, segundo a StoneX, a produção deve cair 0,5% em 2023/2024 ante 2022/2023, para 11,193 milhões de toneladas. A previsão é de que a importação cresça 5,01% e de que a exportação caia 22,46% no período. Atrás da Argentina, a Rússia passou a ser a 2ª principal fonte de trigo para o Brasil, correspondendo a 17% do total importado até agosto deste ano. Em relação a comercialização do trigo brasileiro, armazenagem e logísticas nos portos continuarão se mostrando como desafios. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.