ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

26/Sep/2023

Preços do trigo recuam com demanda enfraquecida

Com a colheita nacional avançando, as atenções do setor seguem voltadas ao campo. No Rio Grande do Sul, agentes relatam que as chuvas deste mês prejudicaram a qualidade das lavouras e devem reduzir a produtividade de algumas regiões. Há preocupações também quanto à incidência de doenças, tendo em vista as elevadas temperaturas e umidades. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), até o dia 18 de setembro, a colheita no Paraná somava 47% da área, sendo que, do que ainda está no campo, 73% das lavouras apresentam boas condições, 21%, médias e 6%, ruins. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 17 de setembro, a colheita havia avançado em Mato Grosso do Sul (97%), em Goiás (85%), em Minas Gerais (84%), na Bahia (60%), no Paraná (35%) e em São Paulo (30%), representando cerca de 22,8% da oferta nacional.

Quanto aos negócios, os moinhos seguem preferindo aguardar a entrada de maior volume de trigo da safra nova para realizar aquisições, na expectativa de quedas nos preços. Nesse cenário, os preços seguem em queda. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra forte recuo de 6,04% no Rio Grande do Sul, 2,45% em Santa Catarina e 2,27% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam queda e 4,14% no Paraná, 2,58% em São Paulo, 2,54% em Santa Catarina e 2,33% no Rio Grande do Sul. Na Argentina, maior fornecedor de trigo importado ao Brasil, a colheita de trigo foi iniciada, de acordo com informações divulgadas pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, e a projeção de produção é de 16,5 milhões de toneladas na safra 2023/2024, alta frente à temporada anterior (12,2 milhões de toneladas). Nos Estados Unidos, as atividades estão na reta final, e a semeadura da nova safra começa a ganhar ritmo.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta que, até o dia 17 de setembro, 93% das lavouras de trigo de primavera norte-americanas haviam sido colhidas, igual ao mesmo período de 2022 e à média dos últimos cinco anos (2018-2022). Em relação à safra de inverno, 15% foram semeados até a mesma data. A previsão da safra russa de trigo 2023 foi reduzida pela consultoria SovEcon, em 500 mil toneladas, e deverá ser de 91,6 milhões de toneladas. A seca em algumas regiões prejudicou as lavouras, enquanto chuvas em outras limitaram a colheita. Quanto aos preços, estão em queda. As baixas são relacionadas a boas expectativas de exportação por parte da Rússia e da Ucrânia e ao avanço da colheita nos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2023 do Soft Red Winter registra queda de 4,1% nos últimos sete dias, a US$ 5,79 por bushel (US$ 212,93 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter tem queda de 4,7% no mesmo período, para US$ 7,11 por bushel (US$ 261,34 por tonelada). No dia 21 de setembro, na Bolsa de Kansas, foi registrado o menor valor do primeiro vencimento deste ano, a US$ 7,10 por bushel (US$ 261,06 por tonelada). No Porto de Buenos Aires, as cotações FOB do trigo apresentam recuo de 1,9% nos últimos sete dias, a US$ 313,00 por tonelada. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de setembro, o Brasil havia importado 101,35 mil toneladas de trigo, contra 373,07 mil toneladas em todo o mês de setembro de 2022. Os preços de importação do cereal tiveram média de US$ 285,70 por tonelada FOB origem, 34,5% abaixo dos registrados no mesmo período de 2022 (US$ 436,20 por tonelada). Quanto às exportações, o Brasil não registrou escoamento externo, assim como em todo o mês de setembro do ano passado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.