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18/Sep/2023

Preços do trigo estáveis e comercialização é lenta

No Rio Grande do Sul e no Paraná, poucos lotes de trigo estão sendo negociados no spot, já que os moinhos seguem abastecidos ou no aguardo da safra nova do cereal. Os produtores, por seu lado, estão atentos à situação das lavouras no Rio Grande do Sul, por causa do excesso de chuvas. Caso haja quebra, pois já estão ocorrendo doenças decorrentes da umidade e possíveis perdas, os preços podem subir a patamares mais compensadores para a ponta vendedora. Se tiver quebra no Rio Grande do Sul, é possível que o Paraná envie o cereal ao Estado, pois a safra do Paraná promete ser farta e de qualidade este ano. De todo modo, a situação atual do mercado é de abastecimento, inclusive com safra velha ainda guardada nos silos. Tanto que negociações futuras estão praticamente paradas.

No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, a negociação de trigo no spot segue travada, com moinhos abastecidos e esperando a chegada da safra nova. As compras só ocorrem de forma pontual. As indicações estão entre R$ 1.120,00 e R$ 1.150,00 por tonelada CIF moinho, para entrega imediata e pagamento em 30 dias, para o trigo pão. Os produtores, entretanto, indicam no mínimo R$ 1.300,00 por tonelada FOB, nos mesmos prazos. Há demanda por trigo branqueador e os compradores indicam R$ 1.450,00 por tonelada FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias, mas os produtores indicam entre R$ 1.600,00 e R$ 1.650,00 por tonelada. De todo modo, os compradores estão confortáveis porque a safra nova está para chegar.

Entre novembro e dezembro, a colheita do trigo começa no Estado. Há risco, entretanto, por causa do excesso de chuvas que têm ocorrido no Rio Grande do Sul, que podem reduzir a qualidade do cereal. Já há casos de giberela e os produtores já estão entrando com aplicações. É aplicar e aguardar, mas provavelmente pode haver perdas nesta safra. A Emater-RS informou que as chuvas e a alta nebulosidade no Estado favorecem o desenvolvimento de doenças nas lavouras de trigo. Nas lavouras em estágio final de enchimento de grãos e início da maturação, os sintomas de doenças nas espigas, como giberela e brusone, têm aumentado, causando atrofia ou morte dos órgãos reprodutivos e interrompendo o crescimento dos grãos.

Há risco elevado de perdas na qualidade dos grãos em maturação, o que pode impedir seu aproveitamento na produção de farinha, restando apenas a opção de venda para ração, cujos preços são significativamente mais baixos. No Estado, a safra de trigo encontra-se em fases reprodutivas, abrangendo a de floração (41%) e a de enchimento de grãos (34%). A fase de desenvolvimento vegetativo representa atualmente 19%, e a de maturação compreende 6% das lavouras, localizadas no oeste do Estado. Quanto ao trigo futuro na região de Passo Fundo, as indicações de compra giram em torno de R$ 1.130,00 por tonelada CIF Porto de Rio Grande, para entrega em dezembro e pagamento em janeiro de 2024, mas os produtores indicam R$ 1.300,00 por tonelada. Os preços se mantêm estáveis.

No Paraná, a colheita do trigo caminha bem no norte do Estado, com cerca de 75% a 80% do cereal já retirado do campo, com boa qualidade boa. Na Região dos Campos Gerais, mais a sudoeste do Estado, a maior parte da colheita é feita em novembro e a qualidade esperada também é boa. A comercialização no Estado, entretanto, tem patinado nos últimos dias. Os moinhos seguem abastecidos com a safra 2021/2022 e quem precisa comprar mais cereal está no aguardo da colheita nova. Ainda tem chegado muito trigo nos moinhos, comprado anteriormente, por até R$ 1.400,00 por tonelada. Na região dos Campos Gerais, a comercialização é lenta e os preços se mantêm estáveis, com compradores indicando entre R$ 1.000,00 e R$ 1.050,00 por tonelada CIF colocada em moinho em Ponta Grossa, para embarque imediato e pagamento em 30 dias, sem contraoferta por parte de produtores.

Além de ainda ter espaço nos silos para guardar a safra, o produtor do Paraná está atento a possíveis quebras na safra do Rio Grande do Sul, por causa do excesso de chuvas no Estado nos últimos dias. Enquanto no Rio Grande do Sul tem chovido muito, o que afeta a qualidade das lavouras, no Paraná as chuvas estão na medida certa. Assim, como se espera uma safra de boa qualidade no Paraná e possíveis perdas no Rio Grande do Sul, os produtores têm expectativa de que os preços podem avançar e, por isso, privilegia, neste momento, a venda do milho ainda estocado. Quanto ao trigo da safra que será colhida em 2024, não há indicação de preços nem de compradores nem de vendedores. A colheita da safra 2023 deve ser farta e ainda tem trigo da safra velha guardado nos silos. Ou seja, a compra antecipada está parada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.