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12/Sep/2023

Tendência baixista para os preços do trigo no Brasil

As cotações internas do trigo seguem em movimento de queda, e as negociações, em ritmo lento. De modo geral, a liquidez no mercado brasileiro tende a crescer apenas quando a colheita passar a avançar com mais força no País, já que a previsão é de que a produção seja novamente recorde. Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na semana passada apontam que a produção da nova safra de trigo no Brasil poderá ser novamente recorde, estimada em 10,81 milhões de toneladas, alta de 3,9% em comparação com o relatório de agosto e 2,5% (ou 263,1 mil toneladas) acima do recorde da temporada passada. A área com trigo no Brasil aumentou 11,8% frente à da temporada anterior, para 3,45 milhões de hectares. Contudo, a produtividade está estimada em 3,13 toneladas por hectare, 8,3% inferior à registrada em 2022 (3,42 toneladas por hectare). Quanto às importações, a Conab reduziu novamente o volume estimado, em 200 mil toneladas frente ao relatório anterior, com previsão atual de 5 milhões de toneladas entre agosto de 2023 e julho de 2024.

A disponibilidade interna foi elevada e está prevista em 16,55 milhões de toneladas entre agosto/2023 e julho/2024, representando alta de 4,9% frente à safra anterior. O consumo está projetado em 12,64 milhões de toneladas, 2% maior que a estimativa da safra anterior (de agosto/2022 a julho/2023). As exportações foram mantidas em 2,6 milhões de toneladas no mesmo comparativo. Assim, os estoques finais, em julho/2024, seriam de 1,31 milhão de toneladas. Em relação aos preços internos, continuam cedendo. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra recuo de fortes 6,22% no Paraná e 4,44% em Santa Catarina, mas alta de 2,13% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam queda de 3,49% no Paraná, 1,87% em São Paulo, 0,93% no Rio Grande do Sul e 0,63% em Santa Catarina. Na Bolsa de Chicago, o contrato Setembro/2023 do Soft Red Winter se mantém praticamente estável nos últimos sete dias, a US$ 5,67 por bushel (US$ 208,43 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter tem avanço de 0,6% nos últimos sete dias, para US$ 7,25 por bushel (US$ 266,39 por tonelada), sendo influenciado por ataques a instalações portuárias na Ucrânia. No Porto de Buenos Aires, as cotações FOB do trigo acumulam alta de 1,6% nos últimos sete dias, indo para US$ 319,00 por tonelada. Em agosto/2023, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), chegaram aos portos brasileiros 279,53 mil toneladas de trigo, baixa de 33,2% em comparação com julho/2023 e queda de 47,9% em relação a agosto/2022. O preço médio FOB origem foi de R$ 1.452,31 por tonelada, alta de 4,7% no mês, mas queda de 36% em um ano. Nos últimos 12 meses, as importações somaram 4,25 milhões de toneladas. Em agosto, a Argentina forneceu 35,93% do trigo importado pelo Brasil, seguida pela Rússia (34,26%), Uruguai (19,96%), Paraguai (5,82%) e Estados Unidos (4,03%). Do lado das exportações, o Brasil escoou apenas 1,3 mil toneladas de trigo em agosto, acima do volume de julho/23 (1,27 toneladas) e superior ao de agosto/22 (871,96 toneladas).

Em 12 meses (de setembro/2022 a agosto/2023), os embarques somaram 2,7 milhões de toneladas, das quais 2,09 milhões de toneladas foram escoadas apenas neste ano. No campo, de acordo com a Conab, até o dia 3 de setembro, a colheita havia avançado em Goiás, somando 80% da área, em Minas Gerais (74%), em Mato Grosso do Sul (54%), na Bahia (20%), em São Paulo (5%) e no Paraná (13%), representando cerca de 11,7% da oferta nacional. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 3 de setembro, 74% das lavouras de trigo de primavera haviam sido colhidas, 6% acima do mesmo período de 2022, mas abaixo dos 77% da média dos últimos cinco anos (2018-2022). A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que a estimativa da área semeada com trigo na Argentina foi reduzida para 5,9 milhões de hectares, queda de 100 mil hectares, fato justificado pelo clima seco. Em relação à condição hídrica, melhorou na última semana, subindo para 70% da área como ótima/adequada e 30% como regular/seca. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.