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11/Sep/2023

Preços do trigo em baixa limitam a comercialização

Moinhos estão abastecidos e demandam pouco trigo no spot, mesmo com volume considerável do cereal da safra passada guardado nos silos. Com a safra nova prestes a ser colhida, a indústria prefere aguardar, inclusive para pressionar preços, que, apesar de terem ficado estáveis na última semana, devem cair nas próximas. Os produtores, entretanto, resistem e a discordância em relação a preços contribui para a não concretização de acordos. No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, a comercialização de trigo no spot está praticamente parada, com discordância de preços entre as pontas compradora e vendedora. Os moinhos estão estocados e, além disso, sabem que a safra deste ano logo vai começar a chegar. No Rio Grande do Sul, a colheita se inicia em novembro. Por outro lado, produtor não tem pressa de vender porque não fez dívida para plantar esta safra. Os produtores do Estado vêm de três a quatro safras com problemas, principalmente nas safras de verão de grãos.

Então, o produtor evitou fazer dívida, só investiu nos insumos da lavoura, então estão mantendo o trigo no silo, sem pressa em vender. A negociação é apenas pontual. De todo modo, ainda há espaço para os moinhos pressionarem os preços, à medida que a colheita da safra se aproxima. As cotações do trigo tipo pão na região de Passo Fundo giram estão entre R$ 1.210,00 e R$ 1.230,00 por tonelada CIF, para entrega imediata e pagamento em 30 dias. Já os vendedores indicam entre R$ 1.330,00 e R$ 1.400,00 por tonelada, nos mesmos termos. Só saem volumes pontuais. Em relação ao trigo futuro, que será colhido a partir de novembro, a indicação de compra está entre R$ 1.110,00 e R$ 1.120,00 por tonelada CIF Porto de Rio Grande, para entrega em novembro/dezembro e pagamento em janeiro de 2024, valor estável e sem registro de acordos ou contraofertas por parte de vendedores.

No Paraná, na região dos Campos Gerais, a comercialização também está travada. Os moinhos, abastecidos, assim como no Rio Grande do Sul, estão no aguardo da safra nova, que começa em breve a ser colhida no Estado. Indicações de compra giram em torno de R$ 1.050,00 e R$ 1.100,00 por tonelada CIF, para entrega e pagamento em outubro, valores estáveis nos últimos sete dias. Por enquanto, a comercialização está lenta porque os compradores já estão no aguardo da safra nova. Mas, se continuar a chover no Estado, pode ser que os moinhos se movimentem para antecipar as compras a fim de garantir um trigo de qualidade. Com excesso de chuvas, o padrão do cereal cai. Por enquanto, os produtores que ainda têm trigo da safra passada mantêm as indicações entre R$ 1.300,00 e R$ 1.400,00 por tonelada FOB, para retirada em outubro e pagamento em outubro, mas o mercado comprador é totalmente baixista.

Mesmo com o cereal em alta na Bolsa de Chicago, na região dos Campos Gerais ainda tem muito trigo da safra passada, e a safra nova logo entra no mercado, por isso os preços devem cair. Quanto ao trigo futuro, da safra 204, não há indicações, nem de compra, nem de venda. A safra deste ano vai ser grande, então vão querer escoá-la primeiro. Além disso, há muita incerteza quanto ao comportamento do clima. Além disso, a safra 2023 virá cheia, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que elevou sua estimativa para a safra nacional de trigo 2023 de 10,4 milhões de toneladas para 10,8 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume será 2,5% maior que o colhido na temporada anterior. A revisão é atribuída à expectativa de boa produtividade das lavouras da Região Sul, principal produtora do cereal.

As condições climáticas até agora são favoráveis ao trigo, o que possibilita rendimentos normais ou até um pouco acima do normal. O índice de vigor das lavouras até o momento vem correspondendo ao pacote tecnológico e ao comportamento climático. No Paraná, o índice de vegetação ultrapassa o registrado nas últimas cinco safras, o que contribui para a produção recorde. No Rio Grande do Sul, o índice de vegetação indica um bom potencial produtivo porque está próximo ao da última safra, que foi recorde. Porém, ainda há muito para acontecer com o trigo já que a maior parte das lavouras está em desenvolvimento. De acordo com dados da Conab, até o dia 1º de setembro, 32,1% das lavouras encontravam-se em desenvolvimento vegetativo, 22% em floração, 16,8% em enchimento de grãos e 17,4% em maturação. Outros 11,7% já foram colhidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.