06/Sep/2023

Segundo o Commerzbank, os mercados de trigo ainda parecem “despreocupados”, apesar dos sinais de escassez de oferta estarem gradualmente aumentando. Além do fator climático que atrapalha as safras, tanto com chuvas intensas quanto com secas prolongadas, a improvável retomada do acordo de grãos também poderia ser um fator de influência para o cereal. Na Europa, as fortes chuvas no fim da colheita de trigo de inverno provavelmente prejudicaram a qualidade das safras.

Na Austrália, um novo período de seca pode atrapalhar o desenvolvimento do cereal. A estimativa de junho do Escritório de Economia e Ciências Agrícolas do país (Abares), de 26,2 milhões de toneladas, já era mais baixa do que a previsão mais recente do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), de 29 milhões de toneladas. No próximo relatório de oferta e demanda do USDA, é provável que haja uma correção significativa desse número, dada a perspectiva climática.

Na Argentina, o novo período de seca pode atrapalhar a safra de trigo do país, mas há esperanças de chuvas nas principais regiões de cultivo na primeira metade deste mês, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Até agora, o USDA espera que a safra argentina alcance 17,5 milhões de toneladas, um avanço de 5 milhões de toneladas ante a temporada anterior, marcada pela seca histórica. Se a tão esperada chuva não se materializar, uma considerável revisão das previsões de safra também deve ocorrer.

Além disso, as chances de uma retomada do acordo de grãos entre Rússia e Ucrânia diminuíram significativamente depois que o presidente russo, Vladimir Putin, não deu sinais de que vai ceder após um encontro com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Putin indicou que vai manter sua posição até que os países Ocidentais cedam às suas demandas, que incluem a readmissão de um banco agrícola russo ao sistema SWIFT e a reabertura de um oleoduto para a exportação de amônia russa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.