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29/Aug/2023

Preços do trigo continuam pressionados no Brasil

O avanço da colheita no País, a elevada disponibilidade interna, as compras em ritmo pontual e a desvalorização externa têm reforçado o movimento de queda nas cotações do trigo no mercado brasileiro. Diante disso, as médias mensais de agosto são as menores, em termos nominais, desde setembro de 2020 no Paraná e desde outubro de 2020 em São Paulo e em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, a média atual ainda supera a de junho deste ano, que, por sua vez, havia sido a mais baixa desde outubro de 2020. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra recuo de 3,35% no Paraná, 3,3% em Santa Catarina e 2,57% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam baixa de 3,53% em São Paulo, 3,43% em Santa Catarina, 3,13% no Paraná e 2,07% no Rio Grande do Sul.

Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 14 a 18 de agosto, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 350,97 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,97, o cereal importado foi negociado a R$ 1.744,82 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.272,84 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 329,19 por tonelada, o equivalente a R$ 1.636,54 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.300,23 por tonelada na média do Estado. Nos Estados Unidos, o contrato Setembro/2023 do Soft Red Winter tem baixa de 3,3% na Bolsa de Chicago nos últimos sete dias, a US$ 5,93 por bushel (US$ 217,98 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter acumula pequena alta de 0,1% no mesmo período, para US$ 7,54 por bushel (US$ 277,05 por tonelada). A baixa na Bolsa de Chicago está relacionada ao alto volume de trigo ofertado pela Rússia no mercado internacional, ao aumento na estimativa da produção russa e ao avanço da colheita nos Estados Unidos. Na Bolsa de Kansas, o leve avanço decorre da piora da qualidade das lavouras norte-americanas e com notícias de ataques a depósitos de grãos ucranianos. No Porto de Buenos Aires, as cotações FOB do trigo apresentam recuo de 4,6% nos últimos sete dias, para US$ 308,00 por tonelada, o menor patamar desde fevereiro de 2022. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de agosto, o Brasil havia importado 181,29 mil toneladas de trigo, contra 536,22 mil toneladas em todo o mês de agosto de 2022.

Os preços de importação do cereal tiveram média de US$ 307,10 por tonelada FOB origem, 30,4% abaixo dos registrados no mesmo período de 2022 (US$ 441,10 por tonelada). Quanto às exportações, o Brasil embarcou apenas 189 toneladas do cereal. Em agosto do ano passado, não houve registro de venda externa do cereal por parte do Brasil. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 19 de agosto, a colheita avançou em Goiás (70%), Minas Gerais (47%), Mato Grosso do Sul (23%), São Paulo (3%) e Paraná (1%), representando cerca de 4,7% da oferta nacional. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita de trigo no Paraná havia atingido 4% da área até dia 21 de agosto.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta que, até o dia 20 de agosto, 96% das lavouras de trigo de inverno norte-americanas haviam sido colhidas, apenas 2% acima do mesmo período de 2022, e igual à média dos últimos cinco anos (2018-2022). Em relação à safra de primavera, 39% da área foi colhida até a mesma data, abaixo da média dos últimos cinco anos (46%). A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que as chuvas da última semana melhoraram as condições hídricas das lavouras na Argentina, com 69% em ótimas/adequadas e 31% regulares/secas. A consultoria russa SovEcon aumentou para 92,1 milhões de toneladas a estimativa de produção de trigo da Rússia, alta de 5 milhões de toneladas frente à anterior. O reajuste positivo se deve à melhora do clima para o trigo de primavera no país. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.