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28/Aug/2023

Preços do trigo em baixa com colheita da nova safra

A entrada ainda incipiente da safra nova no mercado limita o ritmo de negócios com trigo. Apenas lotes pequenos envolvendo o cereal recém-colhido rodam no Paraná. No Rio Grande do Sul, os moinhos esperam a retirada do cereal do campo para efetivar novos acordos. Na ponta produtora, os preços aquém dos pedidos limitam o interesse na comercialização. No Paraná, na região dos Campos Gerais, os produtores estão voltados aos trabalhos no campo e ao cumprimento de contratos fechados antecipadamente. Os moinhos estão procurando trigo novo e enxugando os estoques de trigo antigo. Na região, contratos envolvendo o cereal recém-colhido são fechados a valores entre R$ 1.150 e R$ 1.200 por tonelada FOB com retirada imediata. Mas os lotes são pequenos, de 500 toneladas a 1 mil toneladas.

É trigo que está com cerealista ou cooperativa que o produtor fixou antes. O produtor não está vendendo trigo novo, está fixando e entregando contratos firmados. Além de se voltar às lavouras, produtores priorizam a comercialização de milho neste momento e consideram que o valor praticado do trigo não paga os custos de produção - o Preço Mínimo para o tipo pão é de R$ 1.463 por tonelada. No mercado de lotes, os valores pagos pelo cereal estão estáveis. Já no balcão, os preços cederam de R$ 67 a R$ 68 por saca para R$ 60 por saca na última semana. Até o momento, a expectativa é de boa qualidade e produtividade com a safra nova. No Rio Grande do Sul, na região de Ijuí, a comercialização ocorre lentamente no spot, com cereal remanescente da safra passada.

Os moinhos de fora do Estado não têm mais interesse no cereal gaúcho. Os moinhos do Rio Grande do Sul têm o mês de setembro coberto, faltando apenas cobrir o necessário para outubro, pois novembro já tem trigo novo. Desta forma, os moinhos locais não tendo competidores e o mercado andando lentamente, os preços foram empurrados para baixo. A estimativa é que haja cerca de 300 mil toneladas de cereal da temporada passada com produtores e armazenadores. A baixa liquidez pressionou os preços do cereal no disponível. Os compradores propõem em média R$ 1.200 por tonelada FOB no interior, enquanto vendedores pediam entre R$ 1.250 e R$ 1.300 por tonelada nas mesmas condições. Em relação à safra que ainda está no campo, a produção tem potencial de até 5 milhões de toneladas.

Volumes pouco expressivos foram comercializados até o momento. O produtor está descontente com os preços oferecidos e com muito medo do clima. A soma destes dois fatores está paralisando o mercado. Os compradores oferecem R$ 1.100 por tonelada para trigo padrão CIF Porto de Rio Grande com entrega para novembro ou dezembro. Os produtores pedem pelo mesmo cereal cerca de R$ 1.083 por tonelada padrão de lavoura, o que com custos de adequação do cereal e de frete ao porto totalizaria o valor de R$ 1.300 por tonelada para o comprador. Com esse cenário, neste momento, os moinhos estão fora dos contratos futuros e aguardam uma melhor definição da safra. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.