24/Aug/2023

O Itaú BBA avalia haver pouco espaço para alta dos preços do trigo no mercado internacional já que o balanço entre oferta e demanda está equilibrado, mesmo com a redução do fluxo de exportações da região do Mar Negro. Apesar das rotas alternativas de escoamento dos grãos ucranianos tornarem o fluxo mais lento e, consequentemente, reduzirem a disponibilidade global do cereal, os preços parecem ter pouco espaço para descolarem dos fundamentos de oferta e demanda equilibrados, visto que o mercado já contabilizou a redução desse fluxo.

Entre os fundamentos para limite para o aumento dos preços globais do cereal, o banco cita a ampla oferta russa e a finalização da safra norte-americana. As cotações dos contratos do grão negociados na Bolsa de Chicago avançaram 1,3% em julho ante junho, atingindo média de US$ 6,73 por bushel. Há uma ampla oferta russa a ser escoada, gerando concentração de produto no país em meio aos embarques lentos da commodity, o que pode aumentar a pressão sobre os preços do cereal local e sobre os valores praticados globalmente. Mas, discursos e efeitos de guerra podem reverberar em maior volatilidade nas bolsas e gerar oportunidades.

Com o fim da colheita do trigo de inverno nos Estados Unidos, sem grandes impactos em relação ao clima, os preços na Bolsa de Chicago podem ficar ainda mais pressionados. Em relação ao mercado interno, o clima ainda é favorável para a produção brasileira, com as janelas de geadas diminuindo, e boa qualidade do cereal até o momento. Este cenário é positivo para a indústria. Nesse quadro de custo do carrego do cereal elevado e de balanço mais folgado, os moinhos devem continuar fazendo aquisições "da mão para boca". Com isso, a liquidez deve continuar limitada, pressionando, consequentemente, as cotações do trigo até que algum fato novo mude esse ambiente de disponibilidade maior. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.